Technology Spain , Salamanca, Thursday, November 15 of 2012, 13:35

Sistema de orientação para celulares no interior de edifícios usa códigos QR e realidade aumentada

O projeto GPSin é idéia do ganhador do concurso Campus Empreende em sua modalidade de Projeto Empresarial, Santiago González Izard, aluno da Universidade de Salamanca

José Pichel Andrés/DICYT Santiago González Izard, aluno da Faculdade de Ciências da Universidade de Salamanca, desenhou um sistema de orientação para celulares no interior de edifícios que se baseia na leitura de código QR e permite ao usuário visualizar por onde ir graças a um sistema de realidade aumentada que pode ser muito útil em aeroportos, museus ou outros edifícios. A partir desta idéia, que foi a ganhadora neste ano do concurso Campus Empreende convocado pela Junta de Castela e Leão em sua modalidade Projeto Empresarial, este jovem informático quer comercializar o produto e montar uma empresa.

 

“A idéia é promover um sistema de orientação no interior de edifícios que prescinda de sensores e de pontos de acesso wifi para poder funcionar”, explica Santiago González Izard em declarações a DiCYT. Para tanto, “utilizamos códigos QR colocados estrategicamente em distintos pontos dos edifícios que têm codificada informação de geolocalização e podem orientar o usuário através de um sistema de realidade aumentada, que consiste em sobrepor informação à realidade que vemos”, comenta. Assim, a pessoa poderia ver, através do celular, “o que vê com seus olhos, mas também uma série de flechas tridimensionais que a orientam pelo interior do edifício até onde queira chegar”.

 

O sistema, denominado GPSin, é muito simples para o usuário e muitas pessoas já estão familiarizadas com os anúncios nos quais aparecem os típicos quadrados conhecidos como códigos QR e que são reconhecidos pelos celulares com câmera. Neste caso, enfoca-se o código, o sistema o detecta automaticamente e começam a surgir as indicações, que não só consistem nas flechas, mas também em uma série de passos como “vire à direita”, como os indicadores de um GPS.

 

Por isso poderia ser definido como “um GPS de interior” cuja particularidade é que não utiliza sinal de satélite, como no caso do GPS comum, “nem radiobalizas ou qualquer tipo de sensor”, como utilizam os sistemas que até agora foram desenhados para orientar-se dentro de edifícios. “O cliente que queira utilizar o sistema não precisa comprar sensores, nem instalá-los, tampouco precisa fazer grandes investimentos”, porque colocar uns adesivos com códigos QR é muito barato, segundo explica o responsável pela idéia.

 

O projeto GSPin foi desenvolvido ao longo do curso 2011-2012 dentro do Programa de Protótipos Orientados ao Mercado organizado pela Fundação Geral da Universidade de Salamanca com base no Programa de Transferência de Conhecimento Universidade-Empresa (T-CUE) da Junta de Castela e Leão. O professor Juan Francisco De Paz Santana foi seu diretor com o apoio de outros pesquisadores da Universidade de Salamanca, como Juan Manuel Corchado e Davinia Carolina Zato. “A parte mais complicada de desenvolver foi a realidade aumentada e como orientar o usuário através dela”, reconhece o aluno, que já pensa em sua comercialização.

 

Projeto empresarial

 

“Buscar clientes é o mais importante e, como primeiras idéias, os museus e os aeroportos podem ser chaves”, aponta. Nos museus, “não só é possível orientar os visitantes até uma obra concreta, como um quadro ou uma estrutura, mas essa obra pode ter seu próprio código QR que aporte mais informação, por exemplo, através de um boneco tridimensional que conte sua história. Nos aeroportos a utilidade está clara: guiar até a porta de embarque ou até a esteira de bagagens.

 

“É um produto de qualidade e muito útil”, comenta Santiago González Izard, que já desenhou um plano de negócio de três a cinco anos. De momento, o produto está feito para Android, de modo que um dos próximos passos será adaptá-lo a outro tipo de suportes móveis.

 

Ganhar com esta idéia o concurso Campus Empreende, dotado com 10.000 euros, é um impulso econômico que será útil para adquirir as tecnologias necessárias e ter reuniões, sem contar com fatores importantes como a assessoria recebida para ser empreendedor, realizar ações de marketing ou sobre proteção intelectual.

 

“Deixaremos de usar os celulares”

 

“Vejo muito futuro como negócio porque tem utilidade e pode ser muito barato em comparação com outros sistemas de orientação em interiores”, indica. Em qualquer caso, o projeto GSPin só seria uma das linhas de negócio de uma empresa de aplicativos de realidade aumentada. “Focar-me-ei em tecnologias inovadoras e sobretudo em óculos do projeto Google Glass, que serão lançadas em 2014 e incorporarão realidade aumentada. Na minha opinião, farão com que deixem de existir celulares, o impacto será brutal, é a tecnologia do futuro”, assegura.

 

“Veremos o mundo como o vemos, mas com informação agregada, isso é, com realidade aumentada. Pela rua seremos orientados por um GPS e enquanto falamos com outra pessoa poderemos ver ao mesmo tempo qualquer coisa. É o que podemos fazer com o celular, mas estará nos óculos. Nisto se baseará o crescimento da empresa”, agrega.