Alimentación España , Valladolid, Viernes, 23 de julio de 2010 a las 11:50

Sistema de visão artificial permite controlar a impressão de etiquetas em embalagens metálicas

Aluno da Universidade de Valladolid implementou a ferramenta em uma planta industrial de envasamento de bebidas localizada em Madri

Cristina G. Pedraz/DICYT Em algumas ocasiões os dados estampados na parte inferior das latas de bebidas, como a data de validade, são ilegíveis por erros ocorridos na fase de impressão. Diante dessa situação, habitualmente em uma planta industrial de envasamento um grupo de operários utiliza produtos de limpeza para apagá-los e imprimi-los novamente. Um aluno da Universidade de Valladolid, Daniel Velasco Martínez, desenvolveu um sistema de visão artificial que permite controlar a qualidade de impressão de etiquetas e, em caso de erro, paralisar a linha de envasamento e resolvê-lo.

O sistema, que ganhou um dos Prêmios Inovação e Desenvolvimento 2009 outorgados pelo Cecale aos melhores projetos de fim de curso, já foi implementado na planta industrial de envasamento de uma conhecida marca de bebidas, localizada em Madri. “O projeto surgiu da necessidade da empresa de controlar a etiqueta impressa na parte inferior das latas, com o fim de que todos os consumidores finais fossem capazes de lê-la”, detalhou o aluno em declarações colhidas pela DiCYT. O projeto foi realizado em colaboração com a empresa DHG, dedicada à engenharia e manutenção industrial, cuja sede se encontra no Parque Tecnológico de Boecillo.

 

De acordo com Daniel Velasco, os erros de impressão são produzidos por diversas causas, como “a má calibragem dos operários, o deslocamento inapropriado da lata sobre a linha de envasamento ou possíveis manchas de verniz na lata”. Antes de instalar este sistema, a planta industrial de envasamento realizava o controle de qualidade de impressão retirando algumas latas dos paletes de forma aleatória e comprovando que a etiqueta estava correta e, se existia alguma falha, “descartavam todo o palete”. Então “surgia a necessidade de armazenar estes paletes descartados e depois os operários tinham que limpar as latas uma a uma com um algodão e dissolvente para devolvê-las à linha de envasamento”. Devido a estes problemas, o aluno concebeu uma série de objetivos, como obter a máxima fiabilidade na leitura das etiquetas, levando em consideração a importância de que o tempo de cada leitura fosse reduzido, já que o fluxo de latas é de 13 por segundo; e criar uma interface simples e segura que pudesse ser utilizada pelos operários da planta industrial sem necessidade e formação específica.

 

Implementação do sistema

 

O sistema desenvolvido baseia-se na visão artificial, uma tecnologia que utiliza câmeras de vídeo e a informática para processar imagens digitais capturadas. Baseando-se nas características visuais, a ferramenta determina se o produto fabricado cumpre as especificações. O sistema foi implementado na linha de envasamento. “Na primeira parte da linha há um volteador que põe a parte inferior da lata para cima. Depois uma secadora retira a umidade da lata para poder imprimir corretamente a etiqueta e em seguida estão a impressora e o sistema de visão para comprovar que a etiqueta está totalmente impressa. Finalmente, o volteador coloca novamente a lata de pé e continua o processo de envasamento no palete”, especifica Velasco.

 

Mediante este sistema foi possível fazer com que fiabilidade fosse “muito elevada”. Em relação ao tempo de ciclo, “era suficientemente reduzido para cumprir com as necessidades do cliente, já que não era necessário verificar cem por cento das latas”, afirma, após acrescentar que foi desenhado um entorno gráfico com tela táctil “para que qualquer operário pudesse utilizá-lo”. Como vantagens associadas, foi possível “aproveitar melhor os tempos, ao poder parar a linha de envasamento, e uma maior economia de energia, já que o armazenamento de paletes não precisa ser tão grande e não é necessário que várias pessoas limpem as latas”.

 

Após um ano e meio de sua instalação, e tendo em vista os bons resultados, a planta industrial de envasamento prevê implementar sistemas similares em linhas de garrafas de plástico de dois litros. Do mesmo modo, como conclui o aluno, o sistema “é aplicável em qualquer empresa que imprima etiquetas com possibilidade de erro de impressão”.