Tecnología España , Salamanca, Miércoles, 31 de octubre de 2012 a las 14:05

Surpreendentes aplicações industriais da argila

Universidade de Salamanca inicia um novo projeto de pesquisa sobre as características nanométricas das argilas, utilizadas em campos tão diversos como a Medicina, a cosmética e circuitos de velocidade

José Pichel Andrés/DICYT A Universidade de Salamanca está iniciando um novo projeto que ampliará sua linha de pesquisa sobre argilas e suas aplicações. Até agora, um grupo do Departamento de Geologia estudou duas argilas, conhecidas como sepiolita e paligorskita, mas graças ao terceiro projeto nacional recebido dentro deste campo de estudo se dispõe a iniciar um novo trabalho sobre esmectitas magnésicas. Estas pesquisas têm uma grande relevância econômica porque as argilas possuem diversos usos industriais, são muito diversas uma das outras e a Espanha tem importantes jazidas.

 

No mundo existem milhares de minerais conhecidos e cada um deles têm as mesmas características em todo o planeta. Por exemplo, todo o quartzo do mundo é basicamente igual. No entanto, o mesmo não ocorre com as argilas, cuja aparência é semelhante, mas que sob o microscópio têm características muito diferentes. “Sua estrutura nanométrica revela propriedades absolutamente diferentes”, afirma em declarações a DiCYT Mercedes Suárez, diretora do Departamento de Geologia.

 

Apenas um grama de uma argila pode abarcar uma superfície de centenas de metros quadrados. De fato, em alguns casos é possível encontrar a mesma quantidade, do mesmo mineral, em uma superfície de seis metros quadrados ou de quatrocentos, de acordo com a jazida do qual proceda. Do mesmo modo, “um absorve 15% de seu peso, e outro 200%, como se fosse uma esponja”. Entender como é possível que estas variações sejam produzidas, e quais são as melhores aplicações em cada caso, fundamenta a linha de pesquisa do Departamento de Geologia há tempos.

 

Circuitos de velocidade

 

Estas radicais variações nas argilas que a olho nu são quase iguais revelam que, na realidade, têm uma estrutura nanométrica muito diferente. Por exemplo, o grupo de pesquisa de Mercedes Suáreaz estuda há anos a sepiolita, que é composta por fibras e tem muitos poros, de modo que possui no seu interior muito ar e pode alojar moléculas de outros materiais. Por isso se usa, por exemplo, nos circuitos de alta velocidade para absorver o óleo dos motores.

 

A sepiolita é um “mineral espanhol”, já que “temos a maior jazida do mundo” e tem aplicações surpreendentes em campos diversos como a Medicina, a Farmácia e a cosmética, explica a geóloga. No entanto, o projeto de pesquisa iniciado agora estudará também as esmectitas magnésicas, que se encontram sobretudo em grandes jazidas na Bacia do Tajo e que têm propriedades excelentes para processos químicos utilizados em algumas industrias.

 

Colaborações internacionais

 

Ademais, o novo projeto torna possível novas colaborações internacionais, neste caso, com cientistas de Atenas (Grécia) e Belgrado (Sérvia), onde também realizam-se importantes pesquisas neste campo devido às peculiares características apresentadas pelas argilas destes lugares. “Queremos conhecer as razões pelas quais o mesmo mineral apresenta características tão variadas, e isso somente é possível através de estatísticas sobre jazidas muito distintas. Por exemplo, as sepiolitas da Sérvia são radicalmente distintas e o mesmo acontece com as palygorskitas gregas”, comenta a pesquisadora.

 

O projeto conta com “as duas maiores empresas que trabalham internacionalmente no setor das argilas industriais”, que aportam amostras. Além da Universidade de Salamanca, com Mercedes Suárez e Juan Gómez Barreiro como colaboradores, também participam Emilia García Romero, da Universidade Complutense de Madri e Manuel Sánchez del Río, do European Synchrotron Radiation, de Grenoble (França).