Technology Spain , Salamanca, Thursday, May 14 of 2015, 19:37
INESPO II

Trabalhos de supercomputação na palma da sua mão

Centros de supercomputação têm à sua disposição uma aplicação para dispositivos móveis desenvolvido pela UPSA para que os seus clientes, cientistas e empresas, sigam as suas operações de computação em qualquer lugar

José Pichel Andrés/DICYT Hoje, muitos cientistas e empresas precisam de fazer grandes operações de cálculo para os seus projetos I&D e apenas os centros de supercomputação podem fornecer este serviço. Investigadores da Universidade Pontifícia de Salamanca (UPSA) desenvolveram uma aplicação que pode ser muito útil para aqueles usuários, uma vez que oferece a possibilidade de interatuar com o centro de supercomputação e observar o estado do trabalho que enviou a partir do seu dispositivo móvel.

 

A iniciativa surgiu no ano letivo de 2012-2013, quando se desenvolveu um primeiro protótipo dentro do Clube Universitário de Inovação (CUI) da UPSA, foi um projeto de alunos da Faculdade de Informática da UPSA dirigidos pelo professor Mariano Raboso e que foi chamado HPC Mobile. “Concebemos uma interface gráfica intuitiva para que o cliente pudesse configurar, executar e monitorar o seu trabalho desde o telemóvel, independentemente de onde estiver”, indica a DiCYT o investigador. “Depois criámos uma versão comercial e oferecemo-la ao Centro de Supercomputação de Castilla e León”, acrescenta. A aplicação teve um acolhimento tão favorável que “nós transferimos-lhes a licença e já a estão a utilizar”.

 

Além do localizado em León, os responsáveis pelo projeto esperam que em breve outros centros de supercomputação espanhóis comecem a usar a aplicação, por exemplo, o da Universidade de Granada, o CESGA da Galiza e, especialmente, o ‘Barcelona Supercomputing Center’, o maior de Espanha.

 

Prémio do Projeto INESPO

 

A qualidade e a utilidade deste trabalho é evidente não só pelo interesse despertado nestes centros, mas também porque resultou o vencedor de um concurso realizado sob o Projeto INESPO, que promove a transferência de conhecimentos em uma rede de várias universidades da região espanhola de Castilla y León e da Região Centro de Portugal. Graças a esse prémio, os alunos que participaram foram formados para desenvolver um plano empresarial, por isso é possível que, eventualmente, esta iniciativa se concretize na criação de uma empresa no futuro.

 

Por enquanto, a aplicação não deixa de melhorar, adaptando-se às necessidades dos cientistas e empresas que utilizam os centros de supercomputação. No ano passado e também dentro do CUI, foi aperfeiçoada a versão para Android e desenvolvida uma outra para iOS, o sistema operacional de Apple. Atualmente, alunos e professor abordam uma melhoria técnica: em León e na maioria dos centros é usado um sistema chamado Open Grid Scheduler para organizar automaticamente o trabalho, mas a tendência internacional atual é substituir este sistema por outro, SLURM. Assim, a UPSA propõe-se agora antecipar essas mudanças e garantir que a aplicação poderá funcionar com um ou o outro sistema. “O que vai mudar é a forma de interagir com o centro e a interpretação dos resultados retornados, mas realmente a interface para os usuários será a mesma”, explica o investigador.

 

Horas de supercomputação

 

Em troco pelo desenvolvimento desta aplicação, a Faculdade de Informática da UPSA obteve formação e horas de supercomputação no centro de León para desenvolver os seus próprios projetos, um tempo precioso que permite o acesso a computação de alto desempenho. Dentro deste campo, o grupo de Mariano Raboso também trabalha na otimização do tempo de execução das diversas tecnologias utilizadas.

 

Do mesmo modo, também colabora com a Escola Técnica Superior de Engenharia de Telecomunicações da Universidade de Valladolid, desenvolve projetos relacionados com a tecnologia da informação e comunicação (TIC) no domínio da educação e trabalha com a Universidade de Salamanca em um projeto de classificação de manuscritos em língua avéstica.