Uma aplicação mede superfícies com as imagens de ‘drones’
A Universidade de Salamanca desenvolve um software para medir qualquer tipo de área sobre a base das imagens obtidas por aviões não tripulados
JPA/DICYT A Universidade de Salamanca desenhou um software que processa as imagens de vídeo obtidas pelos veículos aéreos não tripulados (em inglês, UAV, siglas de ‘Unmanned Aerial Vehicle’, ou ‘drones’) e as converte em mapas sobre os quais é possível tomar medidas precisas das superfícies de interesse. O projeto 'Drone Agrimensor' pretende facilitar, agilizar e melhorar a tomada de medidas de áreas atualmente realizada para diversos trabalhos.
A agrimensura ou medição de terras é um ramo da cartografia com diversos usos interessantes, como realizar mapas para todo tipo de obras. Ainda que há anos se utilizem tecnologias avançadas, o sistema criado pela instituição acadêmica de Salamanca simplificaria muito os trabalhos.
“Para medir áreas exteriores costuma-se utilizar os medidores laser, mas para utilizar as medidas obtidas é preciso colocar marcos e ter um lugar ao que apontar o laser”, indica em declarações a DiCYT Josué Manso Boyero, aluno da Faculdade de Ciências e principal responsável por este projeto, que foi supervisado pelos professores Belén Curto Diego e Vidal Moreno Rodilla.
Com um pequeno avião não tripulado com uma câmara de vídeo e esta ferramenta, “não é preciso passear por toda a superfície a ser medida, simplesmente faz-se com que o aparelho voe e, uma vez finalizado o voo, a aplicação permite escolher a área a ser medida, fornecendo diretamente a área das zona e as distancias dos pontos ao canto superior. Dessa maneira, é possível tomar todas as medidas necessárias sem que seja preciso deslocar-se”, explicou o jovem, que desenvolveu seu projeto no Programa de Protótipos Orientados ao Mercado do Projeto de Transferência de Conhecimento Universidade-Empresa (T-CUE), promovido pela Junta de Castela e Leão.
Melhorar os aviões
Josué Manso somente desenvolveu o software deste projeto, mas também concebe a possibilidade de criar seu próprio UAV que se adapte melhor às condições deste tipo de trabalhos. “Minha intenção é desenvolver meu próprio ‘drone’ com uma estabilidade melhorada, já que este não está pensado para situações climatológicas adversas. Por exemplo, quando há um pouco de vento forte, é mais difícil controla-lo, de modo que quero criar um que aguente bem as variações do tempo”, afirma.
Precisamente, a Universidade de Salamanca já tem experiência no desenvolvimento de ‘drones’ adaptados a diversos usos. Esta tecnologia, associada ao terreno militar, também tem utilidades civis para empresas e particulares e os pesquisadores e tecnólogos pretendem melhorar os aparelhos para cada uma delas, além de desenvolver acessórios e softwares adequados.