Salud España , Salamanca, Jueves, 30 de mayo de 2013 a las 17:28

Universidade de Salamanca pretende melhorar tratamentos dentais com tecnologia laser

Pesquisadores testam a aplica莽茫o do laser de fentossegundo 脿 ader锚ncia dos brackets sobre o esmalte, na ortodontia, e das obtura莽玫es sobre a dentina

José Pichel Andrés/DICYT A Clínica Odontológica da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca pesquisa como melhorar os tratamentos dentais com tecnologia laser. Na ortodontia os especialistas estudam a capacidade do laser de fentossegundo da Faculdade de Ciências para melhorar a adesão dos brackets sobre o esmalte; enquanto na odontologia conservadora o objetivo é semelhante, fixar as obturações na dentina, a parte interna do dente.

 

Tradicionalmente, para conseguir uma boa adesão nestes tratamentos dentais utiliza-se primeiro um agente condicionador, logo um adesivo e, finalmente, um cimento, que costuma ser resina composta. A utilização do laser de fentossegundo poderia substituir o primeiro passo. Os resultados de alguns experimentos já foram publicados em vários artigos da revista científica ‘Lasers in Medical Science’ porque estes trabalhos são “de ponta e absolutamente inovadores”, afirma em declarações a DiCYT Alberto Albaladejo, professor da Clínica Odontológica e principal responsável por estes testes.

 

No caso da adesão do esmalte, o condicionador mais utilizado nos consultórios dos dentistas é o ácido ortofosfórico, que aporta uma correta adesão ao bracket ou à obturação. No entanto, com seu uso também aparecem descalcificações na superfície do dente que podem facilitar o surgimento de novas cáries. São pequenas rachaduras que a longo prazo poderiam deixar penetrar bactérias. Por outro lado, com o laser a adesão é igualmente boa e a vantagem é que “não produz danos mecânicos e minimiza os danos térmicos”, explica María Cruz Lorenzo Luengo, que está realizando sua tese sobre esta questão, orientada por Alberto Albaladejo e co-orientada pelo físico Pablo Moreno, que trabalha com o laser de fentossegundo da Faculdade de Ciências.

 

Ademais, esta tecnologia oferece dezenas de parâmetros que podem ser ajustados, de modo que os cientistas acreditam que os resultados podem ser ainda melhores. “Até agora havia sido pesquisado e utilizado outro laser, o Erbium, sem obter resultados muito esperançosos, já que, ainda que resolvesse o problema da descalcificação, não igualava a eficácia adesiva do ácido ortofosfórico”, indica Albaladejo.

 

Por outro lado, para a adesão à dentina, a parte inferior do dente, os resultados não são tão positivos. Neste caso, a pesquisadora María Portillo desenvolve outra tese com os mesmos orientadores e comprovou que a adesão conseguida pelo laser de fentossegundo não é tão boa quanto a do ácido. “Na dentina parece que não funciona bem nenhum laser. A dentina tem um maior componente orgânico e mais água do que o esmalte. A diferença pode estar nisto”, afirma a especialista. “Temos a hipótese de que o problema está nas fibras de colágeno da dentina, que se desestruturam com a aplicação do laser, impedindo a correta adesão sobre este substrato”, afirma o professor.

 

Em todos os casos, o dano mecânico e o dano térmico sobre o dente também é minimizado, de modo que se os cientistas conseguirem ajustar os parâmetros para conseguir uma aderência mais satisfatória, é provável que também seja possível utilizar esta tecnologia para melhorar a adesão das obturações da dentina.

 

Trabalho em laboratório

 

A chave para aperfeiçoar a ação do laser pode estar na energia. O laser de fentossegundo caracteriza-se por seus pulsos curtos, já que um fentossegundo é a trilionésima parte de um segundo (isso é, um segundo corresponde a um trilhão de fentossegundos) e graças a estas extraordinárias qualidades é possível utilizá-lo em trabalhos tão inusitados como a odontologia. Ajustar todas suas possibilidades até otimizá-lo para o trabalho que se deseja é o grande objetivo. “Seguimos com a linha de pesquisa de adesão à dentina tentando modificar os diferentes parâmetros a fim de melhorar os resultados e começamos pelo que acreditamos que pode ser mais decisivo, a energia”, afirma Albaladejo.

 

Até agora estes trabalhos são estudos de laboratório. O laser de fentossegundo ainda não é um laser comercial e manejável, mas ocupa um grande espaço nos laboratórios de experimentação, de modo que estas pesquisas não terão uma aplicação imediata. No entanto, os cientistas acreditam na evolução da tecnologia para que os resultados destas pesquisas sejam futuramente transferidos às práticas comuns das clínicas odontológicas.

 

Referencias bibliográficas

 

M. C. Lorenzo, M. Portillo, P. Moreno, J. Montero, R. Castillo-Oyagüe, A. García, A. Albaladejo. In vitro analysis of femtosecond laser as an alternative to acid etching for achieving suitable bond strength of brackets to human enamel. Lasers in Medical Science. DOI: 10.1007/s10103-013-1278-5

 

M. Portillo, M. C. Lorenzo, P. Moreno, A. García, J. Montero, L. Ceballos, M. V. Fuentes, A. Albaladejo. Influence of Er:YAG and Ti:sapphire laser irradiation on the microtensile bond strength of several adhesives to dentin. Lasers in Medical Science. DOI: 10.1007/s10103-013-1343-0

 

Mª Cruz Lorenzo Luengo, M. Portillo, J. M. Sánchez, M. Peix, P. Moreno, A. García, J. Montero, A. Albaladejo. Evaluation of micromorphological changes in tooth enamel after mechanical and ultrafast laser preparation of surface cavities. Lasers in Medical Science. DOI: 10.1007/s10103-012-1144-x