Alimentación España , Salamanca, Jueves, 27 de septiembre de 2012 a las 16:35

Aumentam as ondas de calor e diminuem as ondas de frio no centro da Espanha

Estudos da Universidade de Salamanca confirmam o aumento das temperaturas registradas pelas pesquisas sobre o aquecimento global

José Pichel Andrés/DICYT Estudos realizados pelo Departamento de Física Geral e da Atmosfera da Universidade de Salamanca indicam que ao longo dos últimos 50 anos foi registrada uma clara tendência ao aumento das ondas de calor e diminuição das ondas de frio na Meseta Central, ocupada pelas comunidades autônomas de Castela e Leão, Castela-Mancha e Madri. Esta pesquisa é uma das que serão apresentadas no 8º Congresso Internacional da Associação Espanhola de Climatologia, realizado do dia 25 ao 28 em Salamanca.

 

José Labajo, cientista do Departamento de Física Geral e da Atmosfera da instituição acadêmica de Salamanca, explicou a DiCYT que o trabalho abrange o período de 1961 a 2010, no qual se pode ver como “aumentou a freqüência anual de ondas de calor e diminuiu a freqüência de ondas de frio”. Além deste dado geral, é “curioso” o número de casos observados em cada mês do ano. “A lógica diz que o maior número de ondas de frio deve corresponder aos meses de inverno, quando na verdade não é assim, porque são produzidos mais nos meses de março, maio, junho e outubro”.

 

Na realidade, durante todos os meses do ano estão sendo produzidas ondas de calor e de frio, porque a definição de “onda de calor” e de “onda de frio” atende “aos valores simultâneos da temperatura máxima e mínima”. Isto exclui episódios pontuais nos quais se registra um pico de temperatura isolado alto ou baixo. “No último verão foram registrados máximos históricos das temperaturas em Salamanca. No entanto, a noite os termômetros descendiam tanto que a temperatura média não permitia incluir o episódio como uma onda de calor”, exemplifica o cientista.

 

Curiosamente, os dois meses que registraram mais ondas de frio também são os que apontam mais ondas de calor: maio e junho, seguidos de abril e agosto. Pelo contrário, em janeiro são quase inexistentes. Neste sentido, o dado curioso surgiu em dezembro, que registra mais episódios de calor do que novembro ou fevereiro. No total, ao longo de meio século o número de ondas de frio foi de 150, das quais 56 foram intensas, enquanto o número de ondas de calor ficou em 124, das quais 64 foram intensas.

 

Para elaborar todas estas estatísticas, os cientistas da Universidade de Salamanca consideraram as temperaturas máxima e mínima diárias de 14 estações da Meseta Central nos 50 anos estudados.

 

Duração

 

A maior parte das ondas, tanto de calor quanto de frio, duram somente dois dias, ainda que ao longo do período abrangido por estes estudos tivessem sido registradas duas ondas de frio que duraram mais de 10 dias, e outras duas ondas de calor que também superaram esta cifra.

 

Para José Labajos, esta pesquisa “corrobora uma vez mais que existe um aumento da temperatura ao longo do tempo nos últimos anos”, conforme indicam inumeráveis estudos sobre aquecimento global em todo o mundo. A tendência observada no centro da Espanha significa que “ao longo do ano o ar está mais quente que em décadas passadas”, afirma.

 

Esta pesquisa da Universidade de Salamanca é uma das que serão apresentadas no 8º Congresso Internacional da Associação Espanhola de Climatologia, inaugurado hoje na Hospedaria Fonseca de Salamanca. Muitos pesquisadores apresentam ao longo destes dias os resultados de seus estudos sobre as previsões do aquecimento global para Espanha, estudos desenvolvidos dentro do Plano Nacional de Adaptação ao Aquecimento Global. Os cientistas apresentarão análises sobre eventos extremos de seca, índices bio-climáticos e efeitos sobre a agricultura ou a saúde. Ademais, haverá contribuições da Ibero-América e palestrantes convidados de vários países da Europa.