Alimentación España , Salamanca, Martes, 10 de mayo de 2011 a las 12:08

Centro de Investigação do Câncer de Salamanca estuda a mastocitose

Cientistas identificam mutação característica que pode ser útil na realização de prognósticos da evolução da doença

JPA/DICYT O Centro de Investigação do Câncer de Salamanca está estudando a mastocitose, uma doença considerada rara pelo escasso número de pacientes registrados. Trata-se de um aumento anormal no número de células conhecidas como mastócitos e cuja gravidade varia de acordo com os casos, mas que geralmente provoca lesões na pele. O objetivo dos cientistas é encontrar marcadores que sirvam tanto para diagnosticar, como para oferecer um prognóstico da evolução da doença.

 

“A mastocitose é uma doença rara que normalmente se manifesta com lesões cutâneas com algumas variantes bastante agressivas, de modo que a idéia do laboratório é tentar encontrar uma forma de diagnosticá-la”, declarou a DiCYT Cristina Teodósio, cientista que deu no último dia 5 de maio um seminário de pesquisa para apresentar este trabalho.

 

Os mastócitos são células que produzem a medula óssea e fazem parte do sistema imunológico. Encarregam-se de produzir uma substância chamada histamina, que serve como alarme quando o organismo é ataco provocando inchaços ou vermelhidões em casos como a picada de um inseto, além de relacionar-se com reações alérgicas.

 

A pesquisadora portuguesa explica que há um fator prognóstico identificado, o grau de afetação da medula óssea por uma determinada mutação. “Tentamos localizar essas variantes para saber por que são diferentes e quais são as bases biológicas”, afirma. Com avanços nesta área, seria possível discriminar os pacientes que têm a forma mais indolente dos que têm mastócitos agressivos, que são os que realmente necessitam de um tratamento mais potente.

 

“No laboratório vimos que existe uma mutação característica destes pacientes e que as formas agressivas da doença têm mais células com essa mutação, não só as patológicas”, indica. Assim, os doentes leves que têm mais células afetadas são os que possuem maior probabilidade de evoluir a formas mais agressivas da patologia, segundo afirma. Os pacientes com formas mais agressivas têm características genotípicas específicas, por isso “tentamos ver se estas características podem nos ajudar a identificar aos pacientes com esta mutação para prever quais são os que podem evoluir de maneira mais negativa”.

 

Mutação de uma proteína

 

A causa da doença parece ser a mutação de uma proteína localizada na membrana das células e que é receptora de um fator de crescimento que controla a proliferação e a apoptose (morte programada) destas células. A mutação ativa esse receptor, que produz a proliferação das células e a inibição da morte programa, de maneira que os mastócitos aumentam e se acumulam nos tecidos, sobretudo na pele, mas também em outros órgãos como a própria medula óssea, o baço e o fígado.

 

Por esse motivo, os sintomas são variáveis, já que são células com muitas funções, mas o mais freqüente e visível são as lesões cutâneas. Isto explica porque muitos pacientes procuram o dermatologista, o hematologista ou o alergista e, em muitos casos, nenhum especialista identifica que a doença é a mastocitose.