Alimentación España , Salamanca, Viernes, 19 de noviembre de 2010 a las 10:18
EMPÍRIKA 2010

Ciuden já é considerada “referência mundial” em tecnologias de captura de armazenamento de CO2

Foram protagonistas ontem da feira Empírika 2010, em Salamanca, o projeto da Fundação Cidade da Energia de Ponferrada, e as energias renováveis do Ciemat

JPA/DICYT O projeto da Fundação Cidade da Energia (Ciuden) de Ponferrada (León) sobre captura e armazenamento de CO2 e as possibilidades das energias renováveis foram o foco da jornada A energia do futuro, celebrada ontem em Salamanca dentro do programa Empírika 2010. Responsáveis da Ciuden explicaram que a captura e armazenamento de CO2 é uma das opções que mais rapidamente pode contribuir nas próximas décadas à redução de emissões deste gás de efeito estufa e asseguraram que este projeto da comarca de El Bierzo já é referência mundial, com a planta de captura construída no povoado de Compostilla, em León, e a localização de um espaço em Hontomín (província de Burgos) para realizar os experimentos de armazenamento.

 

Pedro Otero, diretor técnico do Programa de Captura de CO2 da Fundação Ciuden, explicou que as fases de todo o processo são a captura do gás, sua compressão, seu transporte e sua injeção no subsolo. Para realizar as primeiras fases, a Ciuden apostou pela oxicombustão, que consiste basicamente em eliminar o nitrogênio do ar e outros componentes para conseguir que a combustão seja realizada diretamente com CO2, uma aposta quase única no planeta, já que somente um projeto alemão é anterior e outras experiências estão sendo desenvolvidas com pré-combustão ou pós-combustão, técnicas distintas, e a iniciativa de El Bierzo usa, ao mesmo tempo, os dois tipos de caldeiras possíveis.

 

“Nenhum país está significativamente mais avançado que outros na captura e armazenamento de CO2”, assegurou, por isso “estamos a tempo”, ressaltou. Nesse sentido, afirmou que o Ciuden é “um centro de referência mundial para o desenvolvimento destas tecnologias”, e prova disto é que todos os foros importantes do planeta que concebem estes temas começam a contatar com esse projeto de El Bierzo.

 

Modesto Montoto, diretor do Programa de Armazenamento Geológico da Fundação Cidade da Energia, falou sobre dois princípios nos quais se baseia o armazenamento de CO2, fazer que seja seguro e fiável e conseguir desenvolvimentos tecnológicos que permitam diminuir custos.

 

A “injetabilidade” é um grande desafio, afirma, injetar esse CO2 de maneira sustentável durante anos em uma formação rochosa. “É um desafio tecnológico solucionável, existem procedimentos para fazer que se admitam melhor esses caudais”, enfatiza. Ademais, “a natureza já fez armazéns de CO2, assim como fez os de água, gás e petróleo, de modo que verificamos as características dessas formações geológicas que permitem que possa ser armazenado, mas não possa escapar, ao que denominamos rocha armazém e rocha selo”.

 

Uma rocha armazém é a que possui muita porosidade e é muito permeável, de maneira que o gás entra em seu interior. Outra rocha completamente distinta está em seu entorno, a rocha selo: é impermeável, sem poros, de forma a impedir que o material retorne à superfície. “É igual ao petróleo, quando vemos nos filmes que jorra do solo é porque o homem perfurou a rocha selo”, explica o especialista.

 

As linhas de pesquisa têm muitas frentes, afirma: verificar constantemente o que ocorre na profundidade, caracterizar as rochas e baratear este processo ou estudar a reação do CO2 com as rochas, “que é boa para nós, porque supõe que o gás está sendo convertido em um novo mineral”. No entanto, a questão de injetar o CO2 é a principal, como explicava anteriormente.

 

A segunda metade da jornada foi protagonizada pelo Centro de Investigações Energéticas, Ambientais e Tecnológicas (Ciemat). Enrique Soria, diretor de Energias Renováveis deste centro do Ministério da Ciência e Inovação, repassou a situação atual e o futuro de energias como a eólica e a solar, que qualificou como “opção interessante” que deve superar, principalmente, dois problemas: o custo e a intermitência.

 

A energia eólica está resolvendo bem o primeiro destes problemas, ao apostar por aerogeradores cada vez maiores e avanços técnicos; enquanto a solar já é capaz de armazenar certas quantidades de energia durante horas antes de fornecê-las à rede elétrica. As dificuldades que implicam estas energias, por sua falta de constância, poderiam ser solucionadas em parte se combinadas com outras, como as centrais térmicas, que podem suprir em determinados momentos a carência de sol ou vento, mas, em qualquer caso, Enrique Soria apostou por “incrementar o P&D” neste setor para conseguir avanços tecnológicos que consolidem as energias renováveis como uma verdadeira alternativa aos combustíveis fósseis contaminantes.

 

Por sua parte, Raúl Ramos, diretor do Ceta-Ciemat (em referência ao Centro de Extremadura de Tecnologias Avançadas, Ceta), explicou que esta instituição é um centro de computação baseado em GRID que trabalha, entre outros, com os dados produzidos no CERN e que um de seus principais objetivos é estabelecer uma rede de centros de cálculo ibero-americana para oferecer seus recursos informáticos a pesquisadores da América Latina.