Alimentación España , León, Martes, 03 de mayo de 2011 a las 18:07

Criam ‘capuzes’ para melhorar o tratamento das fístulas produzidas pela retirada do pulmão

Projeto de pesquisa é realizado conjuntamente entre o Hospital Universitário de Salamanca e o Banco de Tecidos de Castela e Leão

Antonio Martín/DICYT Um projeto de pesquisa conjunto do Hospital Universitário de Salamanca e do Banco de Tecidos de Castela e Leão, pertencente à Clínica San Francisco de León, trata de corrigir as fístulas produzidas em intervenções cirúrgicas no pulmão a partir de engenharia dos tecidos. As fístulas chegam a causar índices de mortalidade de até 33% estima o diretor do banco de tecidos, Javier Iglesias. A iniciativa procura estabelecer um método “profilático” contra este tipo de patologia derivada de intervenções cirúrgicas.

 

Nas operações de câncer pulmonar (e de outras intervenções que requerem a extirpação do pulmão ou de alguma de suas partes), ao retirar-se o órgão, deve-se fechar o brônquio para que o ducto deixe de administrar ar. No entanto, em algumas ocasiões, este tamponamento do tubo pode terminar abrindo, ocasionando problemas ao paciente. Estas patologias não só geram prejuízos sociais para os indivíduos que delas sofrem, mas também econômicos para os serviços responsáveis por seu tratamento.

 

O projeto de pesquisa consta de duas partes: uma desenvolvida no banco de tecidos, in vitro, e outra experimental. A iniciativa acabará este ano com a tese de doutorado de Pilar de la Puente, do banco de tecidos, bolsista da assembléia de León. Nela participam cirurgiões do Hospital Universitário de Salamanca, que realizaram a experimentação na Faculdade de Veterinária de León com cobaias de porco.

 

A experiência procura realizar uma “profilaxia” da fístula. “A partir da engenharia de tecidos, consegue-se, de maneira autóloga, produzir-se uma espécie de capuz para que a fístula não seja gerada”, explica Javier Iglesias. Os trabalhos realizados em cobaias mostraram resultados esperançosos. Um total de 30 exemplares de porco foram usados para, em um primeiro momento cirúrgico, obter-se tecidos com células mesenquimais. Estas células se cultivavam no banco de tecidos para formar o capuz. Num segundo momento, os cirurgiões recobriam a união do brônquio e do pulmão retirado com o capuz produzido.

 

“O que conseguimos nesta especialidade pode ser aplicado em outras”, indica Iglesias sobre esta inovadora pesquisa. Por exemplo, nas fístulas produzidas na retirada de um rim. “Agora avaliamos se é possível ampliar a pesquisa para realizar estes procedimentos com métodos menos invasivos, como a laparoscopia”. Neste caso, a equipe de pesquisa explorará a possibilidade de aplicar os conhecimentos gerados em ductos menores dentro de um pulmão, e não na retirada do órgão inteiro. “Teria uma aplicação clínica no dia a dia”, afirma. Como no caso anterior, esta segunda parte consistiria em duas fases, uma experimental no banco de tecidos e outra aplicada a modelos animais.

 

O projeto foi concebido a partir de uma idéia de Gonzalo Varela, pesquisador de Cirurgia Torácica de Salamanca, orientado por José María Aranda. A equipe de pesquisa é multidisciplinar, comporta por médicos especialistas, biólogos do banco de tecidos e veterinários.

 

Quatro linhas gêmeas em engenharia de tecidos

 

O banco de tecidos da Fundação Clínica San Francisco desenvolve atualmente quatro linhas de pesquisa para responder à perda ou falha funcional de um tecido. Estas linhas são realizadas sob o amparo da cátedra extraordinária Manuel Elkin Patarroyo. Até o momento, quando existia algum problema com um tecido sempre procurava-se realizar um implante heterólogo (procedente de uma espécie diferente). No entanto, atualmente a comunidade científica considera que é melhor utilizar, na medida do possível, enxertos autólogos, obtidos através de engenharia de tecidos. Dita engenharia consiste na manipulação e desenvolvimento de células e tecidos com o fim de conseguir a substituição de partes do corpo humano danificadas por outras de idênticas características, mas de caráter in vitro. Ademais do campo de pulmão, o banco de tecidos trabalha com válvulas cardíacas, tecido ósseo e limbo.