Empírika 2010 será o laço de união entre a tecnologia laser da Europa e da América Latina

JPA/DICYT A iminente construção do Centro de Lasers Pulsados Ultra-curtos Ultra-intensos (CLPU) no Parque Científico da Universidade de Salamanca, que contará com um laser de petawatts, coloca a cidade em uma das posições de referência mundial nesta tecnologia. Os responsáveis do CLPU aspiram também converter este centro no laço de união entre a Europa e a América Latina, procurando contribuir com o desenvolvimento deste campo de pesquisa no conjunto dos países Ibero-americanos. Para tal, o primeiro passo será dado sob o marco da Feira Ibero-americana de Ciência, Tecnologia e Inovação, Empírika 2010, que acolherá nos dias 11 e 12 de novembro ao encontro Latin LaserLab.

O CLPU contará com tecnologia de ponta, colocada à disposição da comunidade científica em campos tão diversos como o são o da Física, Biomedicina ou Novos Materiais, entre outros. Neste sentido, existe uma rede denominada LaserLab Europe que agrupa a 30 laboratórios europeus que, trabalhando em equipe, buscam tecnologias complementares. Em outras partes do mundo, como na Ásia-Pacífico, também existem redes parecidas e a vocação de LaserLab Europe é abrir-se a elas. No entanto, “também quer estar aberta à América Latina e, aí, Salamanca terá um papel importante”, assegura Luis Roso, diretor do CLPU.

A idéia deste próximo encontro é potencializar o laser na Ibero-américa. “Trata-se de apoiar seu desenvolvimento e a criação de centros laser, gerando um ambiente científico ao redor deste campo do conhecimento”, assinala o especialista, uma vez que na maior parte da região, até o momento, existem somente exemplos pontuais de laboratórios que se dedicam a este tipo de pesquisa de maneira isolada.

Por isso, é provável que os cientistas latino-americanos que tentam avançar em tecnologia laser necessitem usar as ferramentas e as plataformas européias. Dessa forma, o objetivo de Salamanca é servir de ajuda para incentivar esta tecnologia, abri-la aos usuários e proporcionar novas ferramentas laser. De fato, existem aplicações “que há 10 anos pareceriam impossíveis para um laser, por exemplo, funcionar como um acelerador de partículas”, indica Luis Roso.

A comunidade científica “está muito interessada” e podem ser abertas possibilidades do laser a mais cientistas, uma vez que, apesar de no mundo da Ciência predominar o inglês, “sempre pode ser mais fácil ter um primeiro contato em espanhol”. Assim, Salamanca poder tornar-se referência, a porta da Europa para os cientistas latino-americanos interessados em avançar em uma disciplina que possui um esplêndido futuro. “Fazer experimentos na Europa pode abrir-lhes muitas possibilidades”, assegura. Ademais, é necessário levar em conta que os lasers são cada vez mais pequenos e os que hoje são grandes e complicados equipamentos, em alguns anos poderão ser encontrados em muitos hospitais. “Se hoje se conhece suas possibilidades, em um futuro poderão incorporar as novas tecnologias”, assinala.

Divulgar a tecnologia

O encontro Latin LaserLab consistirá em duas jornadas de seminários, debates, conferências e mesas-redondas sobre lasers ultra-curtos e suas instalações. O objetivo é estabelecer laços entre a rede LaserLab Europe e a comunidade científica que trabalha em laser na América Latina. A idéia é “potencializar o espanhol na área científica e gerar foros para que os pesquisadores possam ter um primeiro contato com o castelhano”, completa Roso.

Além da reunião científica, o encontro se completará nos dias seguintes com jornadas de divulgação em distintas sedes da Feira Empírika 2010 dirigidas a estudantes para explicar em que consiste a tecnologia laser. Estas atividades de difusão acontecerão no domingo 14 e segunda-feira 15 de novembro.

Empírika 2010

Após sua passagem por Salamanca, Empírika chegará a São Paulo (Brasil) em 2012, na capital do México em 2014 e em Bogotá (Colômbia) em 2016, para voltar à Espanha em 2018 durante a celebração do VIII Centenário da Universidade de Salamanca.

Em sua primeira edição, a Feira conta também com o apoio do Ministério de Vivienda, Fundação Universidades de Castilla y León, vários museus de ciência nacionais, Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e do Centro de Investigações Energéticas, Ambientais e Tecnológicas (Ciemat), entre outros organismos. Também colaboram com Empírika grupos empresariais espanhóis de projeção ibero-americana como Iberdrola, Cidade da Energia de Ponferrada, Universia-Banco Santander, Rede Elétrica Espanhola, Conselho de Segurança Nuclear, Asebio (Associação Espanhola de Bioempresas), Laboratórios Zeltia e El Corte Inglés.