Salud España , Salamanca, Jueves, 07 de octubre de 2010 a las 12:06

Especialistas internacionais procuram metodologia para terapias não farmacológicas no Alzheimer

O Centro de Alzheimer de Salamanca motivou a criação de uma rede internacional de pesquisa que celebra hoje sua segunda reunião na capital da província de Salamanca

José Pichel Andrés/DICYT O centro de Referência Estatal de Atenção a Pessoas com Mal de Alzheimer e Outras Demências de Salamanca celebrou o segundo seminário de especialistas internacionais em terapias não farmacológicas. Depois de acolher no último mês de maio a primeira reunião que estreou a rede internacional de pesquisadores nesta questão, o objetivo deste segundo encontro é buscar uma metodologia comum que possa dar validade científica a este tipo de trabalho com portadores de Alzheimer. Assim, especialistas da Europa, Ásia e América compartilharam suas experiências e reuniram-se com um grupo de especialistas espanhóis para conquistar avanços direcionados à celebração em 2011 do Ano Internacional de Alzheimer.

 

A diretora do centro, María Isabel González Ingelmo, explicou que o objetivo é criar “espaços de reflexão para criar e transferir conhecimentos sobre boas práticas”, propostas relacionadas com o Congresso Internacional que será celebrado em 2011 em Madri, coincidindo com o Ano Internacional do Alzheimer. “Neste segundo seminário será aprofundada a metodologia para a pesquisa, um dos pontos mais importantes, porque o problema é demonstrar que estas terapias realmente podem gerar evidências científicas”, sinalizou em declarações prestadas a DiCYT.

 

O Centro do Alzheimer projetou seis seminários, três com especialistas espanhóis e outros três com especialistas internacionais, de maneira que a rede de pesquisa a qual pretende dar impulso já está em andamento. Se o primeiro focou as associações de familiares de pacientes, este segundo, que se centra na metodologia, tem especial interesse para o mundo da Universidade e para as fundações internacionais, afirmou González Ingelmo. O desenho de espaços para doentes e as novas tecnologias serão objeto de debate nos próximos encontros.

 

Considerando que cada pesquisador de cada país trabalha de forma distinta, o objetivo dos cientistas é encontrar um modelo de avaliação comum, segundo explicaram os especialistas. Se a Ciência caracteriza-se por experimentos que podem ser verificados ao ser repetidos, o problema destas terapias farmacológicas é que cada paciente e cada circunstância são diferentes, razão pela qual é muito difícil outorgar a tais ações validade cientifica.

 

O francês Jöel Belmin considera que o problema da metodologia pode ser superado, porque “todos os pesquisadores enfrentam problemas e conseqüências similares”, de maneira que “o importante destas reuniões é comparar diferentes enfoques e poder melhorar a qualidade da pesquisa”.

 

O Centro do Alzheimer estabeleceu como meta criar uma rede internacional de pesquisa que terá como coordenador o norte-americano John Zeisel, especialista em modelos de qualidade de vida e desenho de espaços para pessoas com demências. Este especialista foi responsável pela aproximação dos diferentes grupos do mundo que neste segundo seminário em Salamanca encontram aos cientistas espanhóis. “O mundo se deu conta de que estamos diante de um problema global”, afirmou.

 

Por isso já fazem parte desta rede especialistas de 30 países da Europa, América e Ásia, alguns dos quais estavam presentes no encontro de hoje, enquanto outros estiveram no primeiro ou estarão em futuras edições.

 

“Debatemos sobre as prioridades, as maneiras de escolher as intervenções e de que modo podem ser avaliadas”, comentou Cameron Camp, psicólogo norte-americano que apostou por dedicar-se às possibilidades de intervenção que podem ocorrer tanto nos lares como nos centros de convivência, e inclusive estudar o trabalho de pessoas que não são pesquisadores, mas que realizam ações efetivas. Ademais, considera que “através da pesquisa deve-se mudar a maneira de pensar” diante de uma doença estigmatizada e tentar fazer com que seja vista “como uma doença crônica com a qual se pode viver, como a diabete”.

 

Como exemplo do trabalho destes cientistas, Torhild Holthe, da Noruega, comentou que atualmente realiza um estudo sobre o acesso à tecnologia das pessoas de mais de 65 anos com demência, procurando analisar “como são ajudadas pela tecnologia, através de um acompanhamento de 12 meses”.