Alimentación España , Palencia, Lunes, 03 de septiembre de 2012 a las 10:26

Estabelece-se o tempo que as florestas tropicais secas necessitam para recuperar-se após o corte

Trabalho foi desenvolvido no Instituto de Investigação Florestal Sustentável (Universidade de Valladolid-INIA)

CGP/DICYT Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Universitário de Investigação e Gestão Florestal Sustentável de Palencia, centro misto da Universidade de Valladolid e do INIA (Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e Agroalimentar) estabeleceu o tempo que uma floresta tropical seca necessita para recuperar-se após um corte. O trabalho foi realizado pelo pesquisador Lidio López Calleja, do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina que, quando esteve no Instituto graças a uma bolsa Erasmus-Mundus desenvolveu uma parte de sua pesquisa sobre as florestas tropicais secas existentes em países como Bolívia, parte do Paraguai, norte do Brasil ou Argentina.

 

O trabalho foi publicado em um artigo da conhecida revista Bosque, com o título Ritmos de crescimento diamétrico nas florestas secas tropicais: contribuições ao manejo sustentável das florestas da província biogeográfica do Cerrado Boliviano.

 

No estudo determinou-se o tempo necessário de recuperação que as florestas precisam após o corte, que até então era estabelecido em vinte anos, um tempo que não estava respaldado por nenhum estudo científico. “Não sabemos muito bem como foram fixadas estas datas, e foi demonstrado neste e em outros trabalhos que a rotação de 20 anos entre ciclos de corte é muito curta, é necessário um tempo mais amplo para que a floresta se recupere”, explica a DiCYT o diretor do Instituto Felipe Bravo.

 

Os resultados obtidos permitirão substituir as tradicionais pautas fixas de manejo florestal por outras que considerem as variações do crescimento registradas em função da espécie e do lugar de que se trate. Neste sentido, Bravo afirma que já existem outros trabalhos a serem publicados sobre esta idéia, já que cada espécie tem seus próprios padrões de crescimento.

 

Especificamente, o trabalho determina as taxas de crescimento diamétrico de sete espécies de madeiras do Cerrado Boliviano com o objetivo de estabelecer pautas florestais orientadas ao rendimento sustentável das florestas tropicais. Os dados obtidos, através da mensuração dos anéis de crescimento, demonstram variações do crescimento diamétrico entre espécies que crescem em uma mesma área e variações em uma mesma espécie situada em áreas diferentes, considerando tempos de observação superiores a 100 anos.

 

Nova norma florestal

 

A idéia dos pesquisadores é que estes novos dados cientificamente comprovados “sejam utilizados para estabelecer a nova norma florestal e que o período de 20 anos seja ampliado” a princípio na Bolívia, ainda que possa ser aplicado em outros países.

 

O trabalho, que foi publicado por este pesquisador argentino no Instituto Universitário de Investigação e Gestão Florestal Sustentável, orientado pelo catedrático da Universidade de Valladolid Felipe Bravo, é o “testemunho do grau de internacionalização deste instituto, que não limita seu campo de ação ao estudo das florestas autóctones”.