Alimentación España , León, Martes, 17 de mayo de 2011 a las 14:10

Estudo revela que o setor de criação de perdizes está maduro e diversificado

Existem três tipos de criadouros: de ciclo completo, de criação sem incubação e de serviços variados

Antonio Martín/DICYT Após aproximadamente quarenta anos de criação e evolução, o setor produtivo de criação de perdizes com finalidade cinegética encontra-se em uma situação de “maturidade”, com serviços diversificados que possibilitaram uma próspera rede industrial. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado pela Universidade de Sevilha sobre a situação do setor. A prospecção do mercado foi apresentada hoje em León, na inauguração de um seminário nacional em defesa da conservação das perdizes.

 

O pesquisador do Departamento de Ciências Agroflorestais da Universidade de Sevilha, Pablo González Redondo, analisou a situação do setor de criação de perdizes, sua gênese, evolução e perspectivas. “O setor surgiu há 40 anos com base em experiências científicas e como modelo de criação alternativa”, explicou a DiCYT. E neste momento, pode-se considerar que está consolidado. “Diferentemente da criação de avestruz, por exemplo, já que o setor de perdizes alcançou certa envergadura no mercado”.

 

Os criadouros de perdizes são centros de inseminação, incubação e criação destas aves de interesse cinegético que proporcionam exemplares às áreas de caça para que sejam soltos. “Este tipo de soltura de animais é o modelo predominante atualmente na Espanha”, explica Pablo González Redondo.

 

O estudo da Hispalense analisou um total de 63 criadouros de perdizes, como amostra significativa do total nacional, já que representa 10%. Na Espanha existem aproximadamente 600 instalações dedicadas à criação de perdizes, localizadas especialmente nas comunidades autônomas em que a ave pode ser encontrada no meio natural e onde existe, portanto, uma tradição em sua caça: Castela-Mancha, Castela y Leão, Estremadura e Andaluzia. Também há um importante foco de produção na Catalunha, “já que nesta comunidade autônoma existe mais experiência na agricultura alternativa”.

 

O pesquisador destaca que o setor pode “flutuar por circunstâncias associadas às necessidades de lazer como o atual momento”, isto é, que em momentos de crise econômica pode existir menos demanda de perdizes para a caça. No entanto, “não cresceu especulativamente” e segue o compasso da demanda. “As perspectivas existentes indicam que pode sobreviver com o tempo”, explica o especialista. O trabalho de proporciona uma fotografia e visão global do setor”.

 

Pedro González estabelece três tipos de criadouros: de tamanho médico, de criação sem fecundação, e de tamanho grande. A primeira corresponde ao modelo com o qual o setor começou e a ela se vinculam entre 55% e 60% das explorações atuais. “Realizam o ciclo produtivo completo: reprodução, incubação e soltura, e contam com até 1.000 casais reprodutores.” No segundo caso, os criadouros são abastecidos com pintinhos de um dia que são criados, sem contar com reprodutoras. Representam 15% dos criadouros espanhóis. O terceiro grupo está configurado por explorações maiores, desenvolvidas no final do século XX e na primeira década do século XXI. “Estão mais diversificadas, oferecem diferentes produtos, como os perdigões ou ovos fecundados para cria, e outros produtos para seus clientes”.

 

Ainda que “seja difícil encontrar uma estatística válida e, portanto, não seja uma resposta confiável”, o cientista considera que o setor movimenta um volume de negócio entre três e cinco milhões de euros ao ano.

 

Problemática e transferência

 

O especialista recorda que as perdizes de soltura apresentam um problema em relação às aves que se encontram no entorno natural. “Podem ter diferente reação à fuga se estiveram em contato com o ser humano por muito tempo; foram encontradas diferenças na musculatura e na capacidade de voar; e pode haver uma hibridação da perdiz-vermelha com outras espécies, ainda que agora esta questão não esteja muito estendida.” Também podem ter problemas sanitários adquiridos nos criadouros e transmitidos aos animais livres, “ainda que não seja habitual, pelos controles realizados.”

 

Quanto à transferência de conhecimento, González afirma que “a Espanha não tem tanta tradição na pesquisa em matéria cinegética como ocorre na França ou no Reino Unido”. No entanto, para o cientista “já existem diferentes organismos de pesquisa e universidades que trabalham no âmbito da transferência tecnológica, como é o caso do Grupo de Produção e Gestão Cinegética do Departamento de Produção Animal da Universidade de León”. Os principais desenvolvimentos aportados pela pesquisa cinegética à industria encontram-se em novos métodos de incubação para estas espécies de perdizes.