Salud España , Valladolid, Jueves, 31 de mayo de 2012 a las 16:46

Implante injetável permitirá regenerar tecidos e recuperar a função das articulações

Material injetável, desenvolvido pela spin-off da Universidade de Valladolid TPNBT, iniciará a fase pré-clínica com financiamento do Genoma Espanha

Cristina G. Pedraz/DICYT A spin-off da Universidade de Valladolid Technical Proteins Nanobiotechnology (TPNBT) anunciou hoje o início dos testes pré-clínicos para levar ao mercado um implante injetável em seres humanos para regeneração de tecidos. Trata-se de um biomaterial de origem protéica que contém células tronco mesenquimais para regenerar cartilagem e recuperar o funcionamento total de um articulação, evitando recorrer à implantação de um prótese. Os testes pré-clínicos serão financiados com 267.500 euros por parte do Genoma Espanha e os pesquisadores esperam que o implante possa estar no mercado dentro de cinco anos.

 

Em declarações coletadas pelo DiCYT, o catedrático de Física da Matéria Condensada José Carlos Rodríguez Cabello, gerente da empresa e coordenador do projeto, afirma que se trata de um sistema injetável para a regeneração de defeitos osteocondrais provocados na cartilagem articular, uma terapia “que agora não existe” e permitirá “uma recuperação funcional completa da articulação”.

 

Até agora, quando se produzem estes tipos de lesões na cartilagem por conta da idade, como é o caso da artrose, ou por traumas em pessoas jovens, o tratamento se foca em uma intervenção para eliminar a articulação e colocar uma prótese “com as complicações associadas a estes processos e a perda de qualidade de vida destes pacientes”, detalha o pesquisador.

 

A spin-off TPNBT, nascida no seio do Grupo Bioforge da Universidade de Valladolid, desenvolveu um implante injetável baseado em polímeros naturais de origem protéica. O implante, líquido na temperatura ambiente, solidifica-se com a temperatura corporal ao ser injetado e promove a regeneração do tecido afetado, sendo reabsorvido e recuperando a funcionalidade total da articulação.

 

Assim, é importante para o paciente por ser uma intervenção “minimamente invasiva”, se comparamos a injeção do implante com o procedimento cirúrgico agressivo que representa colocar uma prótese, ao que se soma a vantagem de recobrar o funcionamento habitual da articulação após o período de reabilitação, o que não acontece com a prótese. “Os tempos de recuperação são diferentes, já que quando se coloca uma prótese a recuperação é o tempo em que a ferida se fecha e a articulação não se regenera, a funcionalidade não é a mesma, enquanto com esta terapia, regenerando-se em um par de meses, a funcionalidade é completa”, indica.

 

Êxito em animais

 

O produto foi testado com êxito em joelhos de animais, ainda que também pudesse ser aplicado em outras articulações, como o quadril. “Se usamos o implante na área de defeito torna-se quase imperceptível. Como o passar do tempo observa-se uma regeneração completa do tecido do animal e os estudos microscópicos revelam que é uma cartilagem normal, o que não se consegue com outros procedimentos terapêuticos, inclusive com os tratamentos mais avançados”, afirma Rodríguez Cabello.

 

O pesquisador destaca que estes resultados promissores “não podem restringir-se a isso” e que uma terapia que funciona em animais “pode chegar aos seres humanos e ajudar tanto às pessoas idosas com artrose, quanto aos jovens com lesões nos joelhos”.

 

Em relação ao material desenvolvido o gerente da TPNBT, que se mudou recentemente ao novo edifício do Parque Científico, ressalta que apresenta “diversas propriedades que se combinam para chegar a um material ideal”. O biomaterial está formado por células tronco mesenquimais de medula óssea, o que possibilita o processo de regeneração do tecido.

 

Por outro lado, quanto à realização do teste pré-clínico, afirma que tem como objetivo “demonstrar que o material é válido e que a terapia não tem efeitos colaterais no ser humano”. Do mesmo modo, será analisada a produção do material nas condições exigidas pela legislação. Após esta fase, que contará com a contribuição de 267.500 euros por parte do Genoma Espanha, serão iniciados os testes clínicos. “Em um prazo de cinco anos o material poderá estar no mercado”, afirma o pesquisador, que esteve acompanhado na apresentação pelo diretor geral do Genoma Espanha, Rafael Camacho; o reitor da Universidade de Valladolid, Marcos Sacristán, e o vice-reitor de Pesquisa, José Manuel López.