Tecnología España , Burgos, Jueves, 02 de diciembre de 2010 a las 17:16

“O DNI eletrônico permitirá verificar a identidade dos usuários que acessam as redes sociais”

O especialista em comunicação digital, José Luis Orihuela, participa em Burgos de uma mesa redonda sobre redes sociais

Elena Rodríguez Montes/DICYT Estamos presos às redes sociais? Sob este título dois reconhecidos especialistas em web 2.0, novas tecnologias, jornalismo e internet debateram hoje em Burgos sobre o papel adquirido pelas redes sociais atualmente e como afetam as comunidades on line, um feito tecnológico do dia a dia de milhões de usuários. No debate participaram Ícaro Moyano, diretor de comunicação da rede social Tuenti, que conta com 9 milhões de usuários, e José Luis Orihuela, professor da Universidade de Navarra, conferencista e autor do reconhecido blog eCuaderno. O encontro terá lugar nas atividades prévias do I Congresso Ibero-Americano sobre Redes Sociais, iRedes (Burgos, fevereiro 2011) e na área de Comunicação Audiovisual e Publicidade da Universidade de Burgos.

 

José Luis Orihuela dedica-se a pesquisar e ensinar sobre o impacto das inovações tecnológicas nos meios e nos modos de comunicação. Alterna sua docência em Pamplona com suas classes como professor convidado do Máster em Criação e Comunicação Digital (Universidade de Coruña) e no Executive MBA em Empresas de Moda (ISEM, Madri). É autor de A revolução dos blogs e co-autor de Blogs. O diálogo na Internet que está revolucionando meios, empresas e cidadãos. Seu blog eCuaderno é um lugar de referência para todo estudioso de sites digitais, no qual compartilha diariamente pistas, noticias e direções sobre os meios e a rede. Sua conta no twitter @jlori é seguida por mais de 100.000 pessoas.

 

Pergunta: Estamos presos às redes sociais?

Resposta: É uma pergunta com a intenção de provocar debate e reflexão, porque nós que intervimos somos pré-ativos em redes sociais; eu me dedico à pesquisa e formação em redes sociais. Devemos deixar de dramatizar nossa relação com as tecnologias que já fazem parte de nossa experiência cotidiana, da mesma maneira que não dizemos que estamos presos à eletricidade ou aos automóveis, e isso está gradualmente acontecendo com as redes sociais.

 

P: Estamos preparados para seu impacto?

R: Por definição, nunca estamos preparados para as tecnologias disruptivas. Na história da comunicação, desde a época da imprensa, houve uma série de tecnologias (telefone, radio, internet, celulares) para as quais tivemos que nos alfabetizar. Agora o que temos, de modo evidente, é uma brecha de gerações entre os que nasceram, cultivaram-se e alfabetizaram-se com as tecnologias analógicas e os chamados genericamente “nativos digitais”, que nasceram em um cultura na qual a informação foi consumida e gerada de forma fragmentária e não linear. Está claro que possuímos uma fratura ou brecha cultural entre gerações.

 

P: Portanto, a atitude dessas gerações diante das redes será radicalmente distinta?

R: Uma das diferenças entre as gerações é o enfoque ou a atitude, não necessariamente a destreza. Eu insisto em que a data de nascimento de uma pessoa não lhe confere automaticamente alfabetização em nenhuma tecnologia. Devemos aprender a ler e a escrever, antes com livros e textos, e agora de maneira digital com direções de hipertexto. É certo que os nativos digitais têm uma atitude totalmente diferente à dos mais velhos: não há essa resistência cultural, as vezes com o discurso apocalíptico dos adultos, porque para eles é algo que sequer é tecnologia, é simplesmente comunicação.

 

P: A educação que recebem as crianças e adolescentes sobre as redes sociais é suficiente?

R: As crianças pequenas, depois de certo adestramento, podem sair na rua, cruzar-la, comprar pão e voltar a casa, mas antes precisaram de um treinamento que genericamente podemos chamar de educação viária. Acredito que para internet também é necessário isso: uma educação viária para ensinar aos usuários jovens medidas preventivas elementares para funcionar no espaço virtual. Da mesma maneira que para funcionar por uma cidade, sem que sejamos atropelados por um carro ou um trem, deve-se aprender uma série de códigos (semáforos, faixas de pedestre), devemos aprender essas normas básicas de educação viária para mover-nos pela internet.

 

P: Os mecanismos de controle das redes sociais são suficientes?

R: A regulação sempre está detrás da inovação tecnológica. Primeiro experimentamos e entendemos o que significa a tecnologia que temos em mãos, antes de poder começar a quadricular-la em marcos legais. Estou me referindo a outra característica histórica das disrupções. Sempre a legislação e a formação estão detrás da inovação cultural e como exigência, já que a sociedade apropriou-se de uma tecnologia.

 

P: Então os administradores das redes sociais são capazes de controlar questões como, por exemplo, se os usuários cumprem a idade mínima de acesso?

R: As redes sociais em sentido estrito como Facebook e Tuenti, nas quais os usuários compartilham dados pessoais, fotografias, etc. têm idades mínimas para aceitar novos usuários. O que ainda não se descobriu é o modo pelo qual os administradores das redes sociais podem verificar a identidade dos novos usuários. Acredito que quando se generalize a implementação do DNI eletrônico, teremos um mecanismo igualmente válido ao do mundo físico para verificar nossa identidade através de um documento. No caso do Facebook e Tuenti a idade média é de 14 e 13 anos, respectivamente; o problema é quando usuários menores simulam uma idade que não têm. Consta que estas redes sociais fazem um esforço periódico para filtrar este tipo de atitude, mas insisto, até que não haja um sistema de identificação eletrônica é um trabalho bastante complicado.

 

P: Quais diria você serem os pilares de uma atitude responsável como usuário das redes sociais?

R: Existe ao menos um par de medidas preventivas básicas, ademais da formação, da analogia com a educação viária da que falava antes. Em primeiro lugar, devemos ser um pouco mais estritos com quem aceitamos como amigo em nossas redes sociais. O conceito de amizade em uma rede social, diferentemente do que acontece no mundo físico, é basicamente um acordo para intercambiar informação entre usuários. Quando essa informação é de nossa vida pessoal, inclusive de nossos aspectos mais íntimos, definir as pessoas que terão acesso a essa informação é muito importante. E em segundo lugar, devemos configurar os níveis de privacidade da informação que fazemos pública: quem pode ver que coisas dentre as publicadas em uma rede social.