Alimentación Ecuador , Ecuador, Lunes, 05 de enero de 2009 a las 12:00

Os glaciares equatorianos sofreram uma redução de 35%

O país encontra-se entre os mais suscetíveis para a redução acelerada dos glaciares

SENACYT/DICYT Nos últimos 50 anos se evidencia uma redução dos glaciares de Cotopaxi e o Antisana entre 35 e 40 por cento (equivalente a cerca de 70 quilômetros quadrados), devido à mudança do clima. Uma redução de 10 por cento de todos os picos nevados do Equador foi registrada na última década e coincide com os anos mais quentes e com menor precipitação, adverte Eric Cadier, do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), que junto ao Instituto Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Inamhi) estudam o tema desde 1997. 

 

Acrescenta que em 1997-1998, quando se deu o fenômeno El Niño, houve uma aceleração do derretimento; e da mesma forma nos anos de 2003 a 2006, o déficit de precipitações que causou secas em todo o Equador influenciou nesse retrocesso. Luis Maisincho, técnico do Inamhi e que trabalha no projeto GREATICE com o IRD, explica que a tendência do retrocesso dos glaciares sentida na América Latina é global. Não obstante, os glaciares equatorianos e colombianos são mais sensíveis aos efeitos do aquecimento devido ao seu tamanho (pequenos); logo o Peru, ao ter uma cordilheira nevada com grande cobertura, apresenta um impacto menor, ainda que também sofra o derretimento.

 

Assinala que a cobertura glaciar da área dos Andes é a seguinte: Peru 80 %, Bolívia 10%, Equador 2%, Colômbia e Venezuela, ambos com 3%. Sublinha que o balanço do que se passou em 2008 com os glaciares devido ao clima, que se caracterizou por ser muito úmido, não foi suficiente para deter o retrocesso, especialmente no Antisana.

 

No último mês de agosto, no VII Encontro de Pesquisadores do Grupo de Trabalho de Gelos e Neves para a América Latina e Caribe, onde participaram pesquisadores da Alemanha, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, França, México, Peru e Venezuela se submeteu a Declaração de Manizales, com as seguintes conclusões: na América do Sul numerosos glaciares tropicais andinos de pequena magnitude desapareceram; os países em desenvolvimento são mais vulneráveis aos efeitos negativos da mudança do clima, devido à sua menor capacidade de adaptação; frente às conseqüências da mudança do clima, é necessário conscientizar os atores e todas as instâncias para desenvolver uma cultura de prevenção, preservação, mitigação e adaptação, considerando que os governos devem estabelecer estratégias de caráter imediato.

 

O engenheiro Carlos Lugo, diretor Executivo do Inamhi, precisa que o comportamento dos glaciares por efeito da mudança do clima, a instabilidade do tempo atmosférico, a nossa posição geográfica, entre outros fatores, exigem um monitoramento permanente dos glaciares, e para tal, o Inamhi juntamente com o IRD continuarão com estudos específicos de glaciologia, hidrologia, topografia e micro-meteorologia principalmente sobre os glaciares 15 e os Crespos do Antisana, o Cotopaxi e o Carihuairazo.

 

Conclui que os glaciares são importantes, dentre outras coisas, porque são fonte de água. Em Quito, por exemplo, estes são responsáveis por entre 1'5 e 5 por cento do total do líquido vital que chega à urbe. Não obstante, a principal preocupação é a diminuição da disponibilidade dos caudais devido à rápida redução das massas glaciares.