Alimentación España , León, Lunes, 15 de marzo de 2010 a las 13:44

Os golfinhos-riscados do Mediterrâneo mudaram os hábitos alimentares às espécies mais próximas da costa

Veterinários especialistas em fauna selvagem analisam em León a biologia dos mamíferos marinhos

AMR/DICYT Os golfinhos-riscados, a espécie de golfinho mais abrangente no planeta, variaram sua dieta nos últimos 25 anos no Mediterrâneo ocidental. Estes mamíferos alimentam-se geralmente de espécies oceânicas, isto é, aquelas que vivem em águas mais profundas. No entanto, biólogos espanhóis observaram que se aproximam cada vez mais às áreas da costa mediterrânea. “Não sabemos se deve-se a uma expansão da espécie ou que seus hábitos estejam tornando-se mais costeiros”, reconhece Javier Aznar, que participa a partir de hoje e durante o fim-de-semana em León em um curso organizado pela Associação de Veterinários para a Atenção da Fauna Exótica e Selvagem (Avafes), no qual diferentes especialistas analisam a biologia dos mamíferos marinhos.

 

Depois de descrever este comportamento do golfinho-riscado (Stenella coeruleoalba) os biólogos do Instituto Cavanilles de Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade de Valência procuram saber se este foi causado por influência humana. “Nos perguntamos se poderia existir algum efeito dos descartes pesqueiros, uma vez que em outras espécies, como a tartaruga-boba, observamos que esta se alimenta do peixe guaraçuma, o qual não poderia caçar sozinha”, explica a DiCYT Aznar.

 

Paralelamente, os biólogos do Instituto Cavanilles observaram, ademais, uma diminuição na população do golfinho-flíper-comum (Tursiops truncatus), outro delfinídeo. Esta espécie habita águas mais próximas à plataforma continental. O golfinho-flíper-comum, ou golfinho-nariz-de-garrafa, alimenta-se de merluza, um peixe interessante para a alimentação humana. Os especialistas não sabem se a competição por este recurso entre o homem e o golfinho pode ter reduzido a população do cetáceo. “Acreditamos que se trata de um recurso suficiente, mas não se sabe até que ponto é compartilhado e se seu consumo pode afetar o mamífero marinho”. Atualmente, o golfinho-flíper-comum é considerado espécie vulnerável.

 

Censo e parasitas

 

Com a finalidade de determinar-se a população e distribuição dos cetáceos do Mediterrâneo, os biólogos do instituto valenciano realizaram um censo destes mamíferos marinhos. “Atualmente, não existe uma figura de proteção amparada na plataforma continental”, explica Aznar. As instituições européias reclamaram a criação de zonas especiais de proteção marinha e a comunidade científica realizou diferentes trabalhos censitários para estabelecer as zonas. Na Espanha, um projeto das universidades Autônoma de Madri, de Barcelona e de Valência desenvolveram um projeto de identificação no Mediterrâneo e enviaram um relatório ao Ministério do Meio Ambiente e Meio Rural e Marinho, para a criação destas zonas.

 

Por outra parte, os pesquisadores do Cavanilles mostraram em León as pesquisas de parasitologia de cetáceos. “É muito interessante para a Ciência conhecer como formam-se estas associações entre hospedeiros e parasitas, especialmente nos mamíferos marinhos”. No processo evolutivo, quando colonizaram o mar, estas espécies possuíam parasitas próximos aos de outros mamíferos terrestres. Os parasitas, ao entrar em contato com o ambiente marinho, também tiveram que se adaptar ou desaparecer do organismo destes animais.

 

Os parasitas também funcionam como marcadores de diferentes golfinhos. Uma pesquisa na América do Sul demonstrou que as populações de golfinhos que povoam as duas margens do Rio da Prata não estavam em contato porque não compartilhavam os mesmos parasitas. “Pode ser devido ao sedentarismo próprio da espécie”, explica Aznar.