Salud España , Salamanca, Lunes, 04 de abril de 2011 a las 16:49

Pesquisadores de Salamanca e CSIC estudam origem da fibrose renal

Prestigiada pesquisadora 脕ngela Nieto, que trabalha na equipe de Jos茅 Miguel L贸pez Novoa, oferece confer锚ncia no Centro do C芒ncer

José Pichel Andrés/DICYT Ángela Nieto, direto da Unidade de Neurobiologia do Desenvolvimento do Instituto de Neurociências de Alicante, centro misto do CSIC e da Universidade Miguel Hernández, é uma das pesquisadoras mais prestigiadas da Espanha na área, galardoada com o Prêmio Rey Jaime I à Investigação Básica em 2009. Há 20 anos trabalha com o desenvolvimento embrionário, estudando a família de genes Snail, relacionada ao aparecimento de patologias como o câncer. Atualmente, uma das linhas de pesquisa desta cientista, que no dia 31 de março ofereceu um seminário de investigação em Salamanca, é a fibrose renal, estudada em colaboração com pesquisadores da Universidade de Salamanca.

 

O grupo liderado por José Miguel López Novoa, professor catedrático de Fisiologia e Farmacologia, estuda patologias renais, como a fibrose renal. Neste sentido, os especialistas de Alicante descobriram há alguns anos que a ativação patológica do gene Snail em adultos é uma das causas da doença, cujo tratamento envolve a diálise e inclusive transplantes de rim. Em um recente trabalho de pesquisa os dois grupos relacionaram o oncogene H-ras com a fibrose renal.

 

“Levamos 20 anos trabalhando com a família de genes Snail, que tivemos a sorte de encontrar e que nos têm envolvidos todo este tempo porque é fundamental em muitos aspectos, como o desenvolvimento embrionário”, de maneira que “se estes genes estão defeituosos ou não funcionam o embrião não pode evoluir”, destacou a pesquisadora em declarações a DiCYT após oferecer uma conferência especializada no Centro de Investigação do Câncer de Salamanca.

 

Ademais, esta família de genes é muito importante para a formação de vários tecidos e tem que estar muito bem regulada, de forma que, uma vez cumprida sua missão, deve ser “apagada”. Se isso não ocorre e se reativa de forma patológica no indivíduo adulto, “tem efeitos sobre muitas patologias, como a evolução de um câncer ou processos degenerativos de órgãos, como no caso da fibrose, além de influenciar também no sistema ósseo”, comenta a especialista.

 

Por isso, junto a José Miguel López Novoa, “estamos observando como a reativação destes genes do desenvolvimento influenciam o aparecimento da fibrose renal, no desenvolvimento dos processos que deterioram o funcionamento do rim”. De maneira geral, “estamos averiguando como a reativação de programas embrionários provocada pelos genes Snail ocasiona uma perda funcional em certos órgãos”.

 

Proteger os neurônios contra a morte celular

 

Em um dos seus mais recentes resultados de pesquisa, Ángela Nieto acaba de publicar na revista Cell Death and Differentiation outro aspecto derivado de seu trabalho com os genes Snail. Em concreto, sua equipe descobriu um mecanismo que protege os neurônios da morte celular. Neste processo interfere o gene Scratch2, um membro da super-família Snail que codifica um fator de transcrição (uma proteína que regula a expressão de outros genes) encarregado de controlar a ativação do gene p53, que codifica uma proteína de mesmo nome e é conhecido como o “guardião do genoma”, porque induz a morte celular quando detecta algum dano no DNA, evitando problemas como o desenvolvimento de tumores.

 

“Uma das funções destes genes é conseguir fazer com que as células sobrevivam ou resistam à morte e este papel é comum para todos os genes desta família em distintos tecidos. Agora descobrimos que Scratch2 é importante para que os neurônios recém-nascidos mantenham-se vivos”, comenta. “Não sabemos se isso tem relação com doenças neurodegenerativas, mas sim sabemos que é um dos fatores que mantêm os neurônios vivos e, obviamente, a sobrevivência neuronal é uma questão de grande interesse nessas doenças”, afirma.

 

Para o estudo dessas linhas de pesquisa relacionadas com os genes Snail, “podemos fazer experimentos em distintos sistemas, embriões de camundongos, frango e peixe-espada, além de células em cultivo e amostras de pacientes”, aponta.

 

“É necessário saber como funciona”

 

Apesar de realizar investigação básica, Ángela Nieto afirma que “as funções destes genes são muito amplas e, como dizia Cajal, onde nasce o conhecimento, aparecem imediatamente as aplicações”. Neste sentido, a pesquisadora dá o exemplo que evidencia a importância da pesquisa básica: “para saber arrumar o motor de um carro temos que saber como funciona quando não está estragado e é isso o que tentamos fazer”, declara.