Ciencia España , Salamanca, Mi茅rcoles, 11 de mayo de 2011 a las 12:56

Rochas originais das bases da zona hist贸rica de Salamanca s茫o pesquisadas

Estudo promove a restaura莽茫o de edif铆cios com materiais das pedreiras originais

José Pichel Andrés/DICYT Os edifícios do centro histórico de Salamanca têm como característica estar construídos com a pedra arenito de Villamayor, mas a deterioração que sofre este material, especialmente na parte baixa das fachadas, fez com que com o passar dos séculos optasse-se pelo granito para os embasamentos, uma rocha local conhecida popularmente na região como “piedra pajarilla”. No entanto, freqüentemente as restaurações não utilizam este granito original, e sim outros muito semelhantes, mas de pior qualidade. Agora uma pesquisa se propõe a identificar o material original e as pedreiras das quais foi extraído para utilizá-lo nos processos de restauração.

 

“Os materiais com os quais se restauram os edifícios históricos não são iguais aos originais, são parecidos, e em algumas ocasiões não respondem de maneira semelhante com o passar do tempo”, afirma em declarações a DiCYT Carlos González Neila, engenheiro geólogo que recebeu uma bolsa da Fundação Patrimônio Histórico para desenvolver esta pesquisa na Universidade de Salamanca sob a direção de Dolores Pereira. “Nossa intenção é definir o material original, compará-lo com os que são utilizados atualmente e catalogá-los”, indica.

 

O objetivo é que no futuro a restauração seja realizada com materiais da mesma procedência que os originais, pedreiras de granitos nodulares ou “piedra pajarilla”, segundo a denominação popular. “Geralmente, sabemos que vêm de pedreiras próximas de Salamanca, mas precisar a localização é um dos objetivos do trabalho. Devemos procurar nos arquivos históricos e aplicar técnicas de análise geológica”, indica o especialista. Entre estas últimas está a técnica de lâmina fina para averiguar a petrologia da rocha, isto é, observar no microscópio seus componentes minerais; também realizarão análises químicas nas quais pode colaborar a Universidade de Coimbra (Portugal); e estudos geomecânicos em colaboração com o Instituto Geológico e Mineiro da Espanha (IGME).

 

Também em Béjar, Ciudad Rodrigo e Ledesma

 

Ademais, o projeto, de dois anos de duração com opção de três, inclui o estudo das zonas históricas de Béjar, Ciudad Rodrigo e Ledesma. “Este trabalho pode mudar radicalmente a política de restauração em Salamanca e em outros lugares”, afirma Carlos González Neira, que considera que não está sendo feito um bom trabalho neste sentido por desconhecimento.

 

A pesquisa, denominada “Caracterização dos embasamentos graníticos dos edifícios históricos de Salamanca e sua província; identificação de suas pedreiras. Implicações para o patrimônio arquitetônico de Castela e Leão”, recebeu 24.000 euros de financiamento da Fundação Patrimônio Histórico de Castela e Leão, dos quais a empresa Cabero Edificaciones aporta a metade.

 

O embasamento, a parte mais sensível das fachadas

 

O embasamento é a parte que une a fachada de um edifício ao solo, isto é, a parte inferior da mesma e também “a zona em que o material mais sofre com a umidade ou as geadas”, indica o pesquisador. Há séculos na atual zona histórica de Salamanca construía-se com o arenito de Villamayor, mas logo se evidenciou sua rápida deterioração e há 500 anos impôs-se o embasamento granítico que pode ser visto, por exemplo, na catedral nova. No entanto, “quando não se utiliza uma pedra adequada, ainda que seja granito, a erosão continua muito forte”. A qualidade do granito é determinante, mas em muitas ocasiões este vem inclusive de fora de Salamanca e não só se deteriora antes “como rompe a linha visual dos embasamentos graníticos de toda a zona histórica ao mudar da cor cinza à vermelha ou laranja”.