Health Spain , Salamanca, Tuesday, June 21 of 2011, 15:18

Salamanca e Lausanne colaboram no estudo do papel dos astrócitos em doenças neurológicas

Metabolismo energético parece estar relacionado com a sobrevivência dos neurônios, segundo especialistas

JPA/DICYT A visita à Espanha de Luc Pellerin, diretor do Departamento de Fisiologia da Universidade de Lausanne, na Suíça, representa o início de uma colaboração entre seu grupo e a equipe de pesquisa de Juan Pedro Bolaños, cientista do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade de Salamanca e do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl). O interesse de ambos grupos pelo papel de células do sistema nervoso denominadas astrócitos no fornecimento de energia para os neurônios marca esta colaboração. Apesar de tratar-se de pesquisa básica, os especialistas consideram que a deficiência de energia dos neurônios está relacionada ao aparecimento de doenças neurológicas.

 

Luc Pellerin teve a oportunidade de apresentar seu trabalho na sexta-feira, 17, aos pesquisadores do Incyl. “Estou interessado na interação metabólica entre os neurônios e os astrócitos em geral”, indicou o pesquisador da Universidade de Lausanne em declarações a DiCYT. “Existe um tipo especial de células nervosas que são chamadas astrócitos e nossa descoberta mais destacada foi que estes fornecem aos neurônios um precursor energético essencial para sua sobrevivência dependendo das necessidades do próprio neurônio”, explicou, ou seja, o astrócito libera este substrato metabólico energético para o neurônio justo quando ele necessita.

 

Por sua parte, Juan Pedro Bolaños, que anteriormente viajou à Suíça para conhecer de perto o trabalho de Pellerín, destacou a coincidência de interesses científicos por ambas partes. “Existe uma linha de pesquisa no meu grupo que está de acordo com suas hipóteses sobre o controle do metabolismo energético, por isso me interessa muito sua opinião e a ele lhe interessa a minha, de forma que daqui podem surgir boas colaborações”, afirmou.

 

Atualmente, o cientista suíço não tem projetos comuns com nenhum cientista espanhol, apesar de estar “em contato com muitos”. No entanto, “estou em Salamanca por essa razão, para promover a possibilidade de estabelecer uma colaboração com a Espanha em geral e, particularmente, em Salamanca”, afirmou.

 

“Agora sabemos que uma das características principais das doenças neurológicas [aquelas relacionadas com a deterioração dos neurônios, como o Alzheimer ou o mal de Parkinson] é a deficiência energética dos neurônios, de maneira que acredito que nossas contribuições podem ajudar a conhecer os mecanismos básicos da utilização dos substratos energéticos no neurônio e, portanto, podem ajudar a procurar possíveis alvos terapêuticos”, indicou o pesquisador de Lausanne, que baseou seus estudos em modelos animais através da observação ao microscópio e em técnicas bioquímicas clássicas.