Salud España , Salamanca, Jueves, 20 de octubre de 2011 a las 15:34

Terapia com células-tronco reduz complicações após transplantes de medula óssea

Hospital Universitário de Salamanca combate a doença enxerto contra hospedeiro após o transplante halógeno com células mesenquimais

José Pichel Andrés/DICYT A equipe de pesquisa dirigida por Consuelo del Cañizo no Laboratório de Terapia Celular do Hospital Universitário de Salamanca trabalha em um teste clínico com células-tronco mesenquimais para o tratamento da doença enxerto contra hospedeiro (DECH), uma doença que costuma apresentar-se nos pacientes que receberam transplante de medula óssea. Cerca de 40 pacientes já participaram na pesquisa com esta terapia, que melhora os resultados dos tratamentos existentes até o momento.

 

Este grupo do Serviço de Hematologia trabalha há anos com células-tronco mesenquimais, que são células-tronco adultas obtidas manualmente da medula óssea. Neste caso, esta terapia está sendo utilizada de forma experimental para o tratamento da doença enxerto contra hospedeiro, que é uma “complicação freqüente e grave”, explica a DiCYT Consuelo del Cañizo, também professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca. A patologia aparece, precisamente, após um transplante de medula óssea halogênico, ou seja, procedente de um paciente doador, um procedimento utilizado para tratar certos tipos de câncer como as leucemias, ou algumas doenças que afetam a produção de células da medula óssea.

 

“Quando se realiza um transplante halógeno em um paciente, são injetadas células de uma pessoa sadia. O paciente tem seu sistema imune deprimido, mas as células sadias introduzidas têm o sistema imune intacto. Desse modo, estas células reconhecem como estranho o receptor e isto faz com que seja produzida uma série de alterações manifestadas na pele, no tubo digestivo, no fígado ou no pulmão”, comenta a pesquisadora.

 

Esta doença tem tratamentos, mas atualmente “ainda não estão otimizados”, indica Consuelo del Cañizo. Até agora utiliza-se um tratamento imunosupressor baseado fundamentalmente em esteróides. “Este faz com que as defesas de um paciente que já está imunodeprimido baixem ainda mais e, além de outros efeitos secundários, isto lhe condiciona a desenvolver maiores riscos de contrair infecções”, assegura.

 

Por esse motivo, seu grupo e outros cientistas europeus realizam estes testes com células-tronco mesenquimais, já que as consideram “capazes de modular a resposta imune e controlar esta complicação”. Com elas, a imunosupressão não é tão profunda e os efeitos secundários são menores que os do tratamento convencional, segundo comprovaram os cientistas de Salamanca através deste projeto financiados pelo Fundo de Investigação Sanitária (FIS), do Instituto de Investigação Carlos III, pertencente ao Ministério de Ciência e Inovação.

 

Procedimento

 

Para realizar este tratamento, “obtemos uma amostra de um doador saudável, a expandimos dentro da Unidade de Produção Celular, porque se utiliza uma quantidade maior de células do que o normal, de modo que temos que aumentar a quantidade de células no laboratório de produção celular, e depois, as injetamos por via intravenosa”.

 

Os cientistas desconhecem o real papel das células-tronco mesenquimais dentro do organismo para modular a resposta imune. No entanto, de acordo com dados obtidos de ensaios “in vitro”, “parece que atuam diminuindo a atividade das células imunes e, sobretudo, podem emigrar aos tecidos mais danificados e atuar mais localmente, isso é, têm um efeito mais localizado que outro tipo de tratamento. Em qualquer caso, os mecanismos mais específicos de sua atuação no ser humano são desconhecidos”, afirma Consuelo del Cañizo.