Ciencia España , Valladolid, Miércoles, 16 de marzo de 2011 a las 10:37

Terapia experimental eficaz no tratamento de tumores intestinais é desenvolvida

Está baseada em uma imunotoxina estudada pelo grupo de pesquisa dirigido por Tomás Girbés, professor catedrático da Universidade de Valladolid

Cristina G. Pedraz/DICYT A equipe de pesquisadores dirigida pelo professor de Nutrição e Bromatologia da Universidade de Valladolid Tomás Girbés desenvolveu uma terapia experimental contra o câncer baseada em imunotoxinas (proteínas construídas com um anticorpo monoclonal e uma toxina). A terapia baseia-se na nigrina b, com a que o grupo trabalha há 20 anos, uma proteína com atividade enzimática encontrada no sabugueiro e que tem grande potencial tanto para o tratamento contra o câncer como para a obesidade e o estudo do envelhecimento.

 

A terapia baseada em imunotoxinas anti-tumorais, que foi patenteada, forma parte do Catálogo de Conhecimento e Tecnologia Transferível (CyTUVA) da Fundação Geral da Universidade de Valladolid, sob o marco do Projeto T-CUE. A principal vantagem destas imunotoxinas, como explicou a DiCYT Tomás Girbés, é que destroem seletivamente e, portanto, não danificam células saudáveis.

 

A equipe de cientistas se focalizou nos tumores intestinais. Neste sentido, existem dois teorias para argumentar sua pesquisa. Enquanto uma considera que o crescimento indiscriminado de células-mãe pode provocar o acúmulo de células indiferenciadas, por exemplo, dentro de uma vilosidade intestinal, a outra defende que, uma vez que se diferenciam estas células, a acumulação de mutações faz com que se desdiferenciem.

 

Em ambos casos, que se acumulem a partir de células-mãe ou que se desdiferenciem, o resultado é que se armazenam células tumorais e que a proteína com que trabalha o grupo, “possui a virtude de atacar tanto estas células como as que imediatamente se diferenciaram, que são também células-mãe, mas menos pluripotentes que as outras”, assegura Girbés. Desta forma, o anticorpo monoclonal reconhece especificamente uma proteína das células tumorais e a toxina mata a célula tumoral sem afetar as células sãs. A vantagem é que o grupo de pesquisa constrói imunotoxinas utilizando anticorpos anti-endoglina, que reconhecem as células vasculares dos tumores e uma proteína não-tóxica como é a nigrina b, apesar de também trabalhar com a ebulina I.

 

Experimentos em camundongos

 

Estas imunotoxinas são eficazes tanto in vitro como in vivo. O grupo de pesquisadores realizou testes em camundongos, aos que foram injetadas cerca de 125.000 células de um melanoma muito agressivo, o B16. Depois de se conseguir um tumor palpável, foi administrada a imunotoxina que, em quantidades acima do nível inicial de eficácia terapêutica determinado, começou a atacar o tumor sem matar o animal e permitindo que o mesmo se recuperasse.

 

Girbés explica o funcionamento desta terapia anti-tumoral. Existe um marcador de uma proteína que é o CD105, um cluster de diferenciação que se super-expressa muito pouco em vasos normais, mas muitíssimo nos vasos dos tumores. “A idéia é enviar-lhe um fármaco que possui duas partes, um anticorpo que reconheça este determinante e que vai carregado com uma proteína como esta, que funciona como um míssil biológico. Quando entra destrói as células que sobre-expressam CD105 e dá como resultado uma úlcera”, conclui.

 

Assim, detalha o especialista, o tumor começa a se degradar e, no oitavo dia, a úlcera já cobre todo o tumor e no décimo segundo origina uma zona fibrosa, como a que é produzida em uma ferida. “Ao observar-se a evolução do tumor, vimos que se desenvolveu rapidamente e que se degradou da mesma maneira”, destaca. O pesquisador lembra que o tumor não evolui quando administrada a imunotoxina (a proteína nigrina b ligada ao anticorpo MJ7), enquanto que, quando administrado somente o anticorpo ou somente a nigrina b, o tumor continua com o mesmo crescimento.

 

Atualmente, muitas pessoas se submetem à quimioterapia para combater o câncer. No caso dos tumores intestinais, é sabido que os polifenóis do chá verde reduzem os efeitos colaterais provocados pela quimioterapia no intestino delgado. O produto anti-tumoral que é administrado, a altas doses, provoca uma queda do tubo digestivo, entre outras coisas, e este efeito parece que o previne o polifenol do chá verde, substâncias antioxidantes e antiapoptóticas. De acordo com o pesquisador, o efeito anti-tumoral “pode ser reproduzido, ao invés de com o fármaco, com a proteína desenvolvida e de forma reversível, enquanto que o fármaco acaba produzindo a morte”.