Dois meses de aventura no Atlântico «

A bordo del Joides

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A bordo del Joides 9 diciembre, 2011

Dois meses de aventura no Atlântico

Partiram da Ilha dos Açores no dia 17 de novembro de 2011 e chegarão em Lisboa exatos dois meses depois, no dia 17 de janeiro de 2012, após navegar por águas do sul de Portugal de do Golfo de Cádiz. Os pesquisadores da Expedição Científica 339 do IODP (Integrated Ocean Drilling Program ou Programa Integrado de Perfuração Oceânica) viajam no navio Joides Resolution, a embarcação oceanográfica mais importante do mundo, com 145 metros de comprimento, 21 de largura e 62,5 de altura, incluindo a torre de perfuração). Sua missão é obter dados que permitam conhecer melhor as mudanças climáticas do passado, o que ajudará a prever o futuro.

Imagen del Joides

São mais de 30 cientistas de 13 países e a contribuição espanhola é notável. O chefe da campanha é Javier Hernández-Molina, professor da Universidade de Vigo. Pela Universidade de Salamanca viajam Francisco Javier Sierro e José Abel Flores, especialistas em Micropaleontologia; enquanto o Instituto Andaluz de Ciências da Terra (centro do CSIC e da Universidade de Granada) estará representado por Francisco Jiménez-Espejo. A estes se soma a participação de Esfefanía Llave Barranco, do Instituto Geológico e Mineiro da Espanha (IGME), na qualidade de observadora de águas nacionais, e de outros que trabalham na França e no Japão, participando sob a bandeira destes países, completando a participação inédita de cinco cientistas espanhóis.

O que lhes motiva a passar dois meses em um barco e não poder estar com sua família nem mesmo no natal? Como é a vida a bordo? Quais trabalhos desempenham em com que objetivo? Para que servirá? Ao longo dos próximos dias alguns deles nos contarão neste blog algumas destas coisas. Será o relato de uma viajem importante do aspecto cientifico e provavelmente apaixonante do ponto de vista pessoal.

O Joides estará em primeiro lugar no Golfo de Cádiz e a Expedição Científica 339 pretende estudar a relação entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Sabe-se que o Estreito de Gibraltar esteve fechado há seis milhões de anos, mas não se sabe com exatidão quando se abriu. Em qualquer caso, existe um grande desnível na passagem das águas de um lugar ao outro, uma espécie de cascata submarina de cerca de 1.000 metros que faz com que as águas mediterrâneas se dirijam ao Atlântico, provocando uma erosão nos fundos marinhos e a circulação de massas de água ao longo de uma grande extensão pelos fundos marinhos. Os cientistas se perguntam quais impactos causou no clima de milhões de anos a abertura do Estreito, como isso se reflete nos sedimentos dos fundos marinhos e a relação destes fatores com as placas tectônicas africana e européia.

Após abandonar o Golfo de Cádiz, o Joides estudará as águas da costa portuguesa, ao sul de Lisboa. Trata-se de perfurar para obter uma série de testemunhos (cilindros com vários metros de sedimentos) que sejam referência de evolução climática das últimas centenas de milhões de anos. Nesta região comprovou-se que a dinâmica das massas de água profunda tem uma influência clara da Antártida, ao invés de estar controlada pelo Ártico, como se acreditava, uma descoberta que há poucos anos rompeu o modelo climático dos cientistas. No entanto, aqueles estudos foram realizados com uma técnica que somente permitia recuperar um testemunho a dezenas de metros, enquanto agora serão perfurados centenas de metros para obter uma grande quantidade de material e poder aplicar todas as técnicas de análise com material mais que suficiente.

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