Nutrition Spain , León, Tuesday, September 11 of 2012, 17:12

Pesquisadores de León descrevem em Costa Rica relações desconhecidas entre pulgões e formigas

Universidade de León publicou um artigo na revista científica ‘Sociobiology’

José Pichel Andrés/DICYT Pesquisadores espanhóis e costarriquenhos descreveram relações mutualistas estabelecidas por formigas e pulgões em Costa Rica em um artigo publicado na revista científica Sociobiology. A colaboração entre especialistas da Universidade de León, Universidad Autônoma de Barcelona e Universidade de Costa Rica originou este trabalho que estabeleceu a existência de interações entre pulgões e formigas, nas quais se beneficiam as duas espécies de animais. Estas relações nunca tinham sido estudadas nesta parte do mundo e resultam inesperadas por usa complexidade.

 

Nicolás Pérez Hidalgo, cientista do Departamento de Biodiversidade e Gestão Ambiental da Universidade de León, explicou a DiCYT que as formigas atuam como “pastoras” dos pulgões, já que eliminam fungos e predadores que ameaçam estes insetos e os transportam. Em troco, as formigas obtém com facilidade melaço defecado pelos pulgões que é muito rico em açúcar.

 

Ainda que este tipo de mirmecofilia por parte de outros insetos seja habitual, a novidade da pesquisa é que “na América Central ninguém havia estudado os pulgões” e os cientistas encontraram surpresas. “Esperávamos que cada espécie de formiga se relacionasse somente com uma espécie de pulgão”, indica. No entanto, foram encontrados casos como o de Solenopsis geminata, que atende a oito espécies de pulgões. No total, foram estabelecidas 38 interações entre pulgões e formigas que envolvem 19 espécies dos primeiros e 29 das segundas.

 

Maior conhecimento

 

Com a pesquisa de Nicolás Pérez Hidalgo colaborou o especialista em formigas Xavier Espadaler, da Universidade Autônoma de Barcelona. Este trabalho também é fruto dos estudos que o grupo de Entomologia da Universidade de León realiza desde 2008 com Willian Villalobos Muller, cientista da Universidade de Costa Rica, um trabalho que permitiu aumentar 22% do conhecimento acerca dos pulgões da Costa Rica, ao descrever novas espécies nos últimos anos.

 

O estudo das amostras coletadas, a revisão do material e sua análise continuam dando frutos, de modo que a Universidade de León espera próximas publicações que aumentem o conhecimento sobre este tema. Geralmente, os cientistas comprovaram nos últimos anos que a diversidade de pulgões em Costa Rica é muito superior ao esperado. Teoricamente, as áreas tropicais albergam menos espécies que as áreas temperadas do planeta. Contudo, os pesquisadores estão encontrando mais do que as inicialmente previstas e, como neste caso, com relações com seu meio variadas e complexas.