Stress oxidativo, indicador de evolução do câncer colorretal
Elena Rodríguez/DICYT O câncer colorretal é primeira causa de morte por neoplasia em mulheres em Castela e Leão e a segunda entre os homens. São vários os fatores que determinam o aparecimento de um tumor e um deles é o stress oxidativo, que deriva de um excesso de radicais livres no nosso organismo. Estes radicais livres, necessários por outro lado para o correto funcionamento celular, são produzidos pelo nosso corpo a partir de reações aeróbicas, mas também podem aumentar devido à ação de fatores externos como o hábito tabagista, tipo de alimentação ou níveis de contaminação do ambiente. Para combatê-los, nosso organismo possui uma série de mecanismos antioxidantes e o balanço entre um e outro determina o estado oxidativo.
A pesquisadora de Burgos Reyes de Santiago, como parte de sua tese doutoral (realizada na Unidade de Investigação da Fundação Burgos pela Investigação da Saúde, em colaboração com o Serviço de Oncologia Médica do Hospital General Yagüe e a Universidade de Burgos; e que foi co-dirigida por Carlos Girón e Pilar Muñiz), analisou o estado oxidativo de 85 pacientes com câncer colorretal com o objetivo de averiguar se algum dos parâmetros de stress oxidativo poderia ser usado como indicador da evolução da doença. Após vários experimentos determinou-se como dois destes parâmetros (grupos carbonila e hidroperóxidos) se comportam como biomarcadores de dano oxidativo, sendo muito sensíveis a mudanças no avanço da doença. Por outra parte, a substância antioxidante tiorredoxina foi estabelecida como um possível biomarcador indicador do desenvolvimento do câncer.
Estes três parâmetros, que podem ser determinados através de um simples exame de sangue, poderiam permitir a análise da evolução da doença e a resposta ao tratamento quimioterápico. Ademais, sabe-se bastante a respeito de como o estado oxidativo pode condicionar parte da eficácia terapêutica de determinados medicamentos. Portanto, conhecer o estado do paciente poderia permitir agregar ao tratamento algum agente modulador que permitisse dirigir o estado oxidativo do doente a um nível ótimo e conseguir, assim, aumentar a eficiência terapêutica.
“Estes parâmetros de stress oxidativo num futuro poderiam ser empregados para que com um simples exame de sangue pudéssemos saber como está evoluindo a doença e como responde ao tratamento quimioterápico sem a necessidade de submeter o paciente a exames diagnósticos difíceis e caros”, assegura Reyes de Santiago.
Ademais, em diversos estudos se destaca que pode existir a doença a nível bioquímico mas, no entanto, não é perceptível em um exame diagnóstico visual como scanner, antecipando e pondo e alerta uma possível recaída clínica.
Stress oxidativo e prevenção
O conhecimento em detalhe dos mecanismos pelos quais os radicais livres, através do stress oxidativo, produzem o câncer colorretal poderia permitir no futuro o desenho de novas estratégias terapêuticas encaminhas à prevenção do desenvolvimento da doença ou minimizá-la, indica a pesquisadora. Atualmente, apesar de existir uma controvérsia sobre este tema, as ações preventivas que podem ser realizadas não vão muito além de uma vida saudável, uma dieta equilibrada, com pouca gordura – menos de 20% das calorias – exercício físico, consumo moderado de álcool e ausência de hábitos tabagistas.