Alimentación España , Palencia, Jueves, 04 de octubre de 2012 a las 10:29

Analisa-se a regeneração natural dos pinheirais nos areeiros da Meseta Castelhana

O trabalho foi desenvolvido pela Junta de Castela e Leão, a Universidade de Valladolid e o INIA

Cristina G. Pedraz/DICYT A regeneração natural é um processo fundamental em todo sistema de gestão florestal sustentável. Os especialistas indicam que é imprescindível a gestão florestal dos pinheirais de Pinus pinaster (pinheiro-bravo) e Pinus pinea (pinheiro-manso) dos areeiros da Meseta Castelhana para assegurar a persistência da massa. Assim, o Instituto Universitário de Investigação em Gestão Florestal Sustentável (IUHFS) da Universidade de Valladolid, em colaboração com o Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e Alimentar (INIA) e a Junta de Castela e Leão, publicaram um documento que pretende abordar alguns dos aspectos mais importantes deste processo de regeneração natural.

 

Editados pelos pesquisadores Francisco Javier Gordo, Rafael Calama, Marta Pardos, Felipe Bravo e Gregorio Montero, a publicação se refere à comarca de Tierra de Pinares, dividida entre as províncias de Segovia, Ávila e Valladolid, e sobre a qual se estende uma importante cobertura vegetal integrada por pinheirais e resineiros naturais, assentados sobre amplas extensões arenosas. Trata-se de pinheirais que tiveram uma milenária história de intervenções que resultou na erradicação local das espécies existentes ou em possíveis mudanças na dominação de um ou outro pinheiro.

 

O trabalho coleta os resultados das distintas pesquisas realizadas pelas entidades da rede de parcelas experimentais e conclui que a regeneração natural de Pinus pinea e Pinus pinaster “não está sendo feita de maneira satisfatória atualmente, apesar da aplicação das normas de silvicultura tradicionais”, uma limitação “que pode comprometer a sustentabilidade na gestão destas massas, obrigando também a recorrer a sementeiras e plantações”.

 

Os especialistas advertem que as principais limitações para a regeneração de Pinus pinea são a alternância da produção regulada por fatores climáticos, a falta de dispersão da semente fora da área de influência das copas, uma alta taxa predatória invernal, a ausência de germinação em outonos frios e a mortalidade estival durante o primeiro verão, com maior incidência fora da área de influência das copas. Com relação a regeneração de Pinus pinaster, os principais inconvenientes detectados são a alternância de produção regulada por fatores climáticos e uma elevada taxa de mortalidade estival em mudas de um ano.

 

Com relação às infra-estruturas criadas, o trabalho conclui que existe uma importante infra-estrutura experimental básica para a pesquisa da regeneração natural nos areeiros da Meseta Castelhana e que a antigüidade, constância e extensão no tempo das séries de dados de regeneração natural lhes confere “um valor inestimável”. Assim, agrega, é fundamental “a manutenção no tempo dos testes até conquistar os objetivos”. No entanto, “a manutenção das parcelas de pesquisa requer recursos econômicos, cuja escassez dificulta seu acompanhamento apesar dos esforços humanos e econômicos de sua montagem. Em muitos casos, prima-se pela instalação de novos dispositivos experimentais diante da manutenção a longo prazo de dispositivos com utilidade contrastada”, enfatizam.

 

Com relação às linhas futuras de pesquisa na regeneração natural, indicam, entre outras, a silvicultura de acompanhamento da regeneração, estudos da viabilidade da regeneração de Pinus pinea avançada sob cobertura (origem, papel, futuro, potnecial...), a regeneração natural de Pinus pinea e Pinus pinaster nos páramos de calcário ou a influência das condições litológicas e edáficas na regeneração natural de Pinus pinea e Pinus pinaster.

 

Por outro lado, com relação à transferência, os pesquisadores destacam que atualmente “não existem gestores e pesquisadores”, o que redunda “na existência de uma dificuldade para transmitir os resultados da pesquisa aos usuários finais (gestores) e vice-versa”. Finalmente, sobre a integração da inovação ao setor, indicam que a indústria da madeira, do pinhão ou da resina é “diretamente beneficiados” pela pesquisa e gestão, mas que está muito pouco envolvida com a inovação silvícola e com o resto da cadeia de valor. Nesta linha, concluem que o financiamento e o co-financiamento privado dos projetos de PD&I florestal por parte dos proprietários e do setor industrial é “mínimo”.

 

Jornadas de Transferência

 

A publicação, disponível agora para livre download no Portal Florestal de Castela e Leão, é o resultado das Jornadas de Transferência Científica e Tecnológica, realizadas nos dias 20 e 21 de maio de 2010 em Valladolid sobre este problema, organizadas pela Rede Temática de Silvicultura e Gestão Sustentável de Sistemas Florestais (Selvired) do CIFOR-INIA, pelo Instituto Universitário de Investigação em Gestão Florestal Sustentável (Universidade de Valladolid-INIA) e pela Junta de Castela e Leão (Serviço Territorial do Meio Ambiente de Valladolid).

 

O objetivo destas jornadas foi o intercâmbio de idéias entre gestores e pesquisadores envolvidos na regeneração florestal: debater o estado do conhecimento, demonstrar possíveis erros conceituais ou práticos e mostrar o que realmente se sabe para propor novas atuações de PD&I que integrem a regeneração natural com base científica na ordenação destes montes. “É necessário que os resultados sejam acessíveis a outros técnicos e pesquisadores para que possam revisar suas metodologias, analisar e discutir os resultados e, com isso, gerar um conhecimento técnico-científico adequado”, indicam os editores do livro.

 

Neste sentido, a colaboração das Prefeituras de Portillo, Nava del Rey e da Comunidade de Villa y Tierra Antigua de Cuellar foi fundamental para estabelecer dispositivos experimentais, bem como a das demais entidades proprietárias dos montes estudados. Tanto na realização das jornadas, quanto na publicação dos resultados, colaborou de maneira especial o Grupo Tragsa.