Salud España , Salamanca, Lunes, 06 de febrero de 2012 a las 15:52

Aprendizado e memória, questões relacionadas com a genética e o ambiente

Renomado cientista, José María Delgado, pesquisador da Universidade Pablo de Olavide, de Sevilha, visitou no dia 02 de fevereiro o Instituto de Neurociências de Castela e Leão, centro com o qual pretende voltar a colaborar

JPA/DICYT José María Delgado, pesquisador da Universidade Pablo de Olavide, de Sevilha, é um dos neurocientistas com mais prestígio na Espanha e, particularmente, o eletrofisiologista mais importante atualmente. Suas pesquisas sobre aprendizado e memória resultaram em publicações científicas muito relevantes, algumas realizadas junto com Javier Yajeya, pesquisador do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl), com o qual pretende voltar a colaborar. Precisamente nesta tarde, José María Delgado visitou este centro para explicar seus últimos avanços aos cientistas de Salamanca.

 

“Estudamos os mecanismos de aprendizado e memória, fundamentalmente em ratos”, comenta o especialista em declarações a DiCYT, já que nestes animais existem modelos manipulados geneticamente que são muito adequados a este tipo de pesquisa. No entanto, também a equipe de José María Delgado realiza testes com ratos, já que “nestes é possível colocar eletrodos com mais facilidade, têm maior capacidade de aprendizado e uma conduta mais fácil de definir”, e com coelhos, que podem ser imobilizados mais facilmente e cujo cérebro é ainda maior.

 

Definitivamente, “cada espécie tem suas vantagens e inconvenientes” para esta pesquisa,  mas graças a todas elas os cientistas da Universidade Pablo de Olavide averiguam “como o cérebro aprende e como armazena o conhecimento, de comportamentos simples a condutas complicadas”. Para tanto, analisam diversas estruturas: o córtex motor, pré-motor e pré-frontal, o hipocampo ou os núcleos motores do tronco.

 

José María Delgado anuncia que a partir deste ano predominarão os estudos realizados em animais geneticamente modificados. “Podemos retirar genes, colocar genes extras, modificar a função de um determinado gene, fazer com que um gene se expresse em um determinado momento ou ativá-lo quando quisermos”, explica. Isso é conhecido como Farmacocinética: graças a um medicamento é possível ativar uma proteína ou gene determinado em ratos e assim ver qual função realizam sem que tenham que nascer com estes genes modificados, o que aporta muitas vantagens à pesquisa.

 

O especialista explicou que a memória e o aprendizado são propriedades do cérebro e, como tais, têm um componente de desenvolvimento e outro ambiental. No entanto, isto não quer dizer que a parte genética dependa de um gene concreto, mas de muitos genes. Constantemente, quando os pesquisadores suprimem um gene produz-se um efeito, mas, ao suprimir outro, percebem que suas funções são parecidas. “O cérebro não é um sistema do qual se pode retirar uma peça e eliminar completamente uma função, pode ser que quando se retire uma peça, não aconteça nada, ou ocorram pequenas mudanças”, comenta o cientista, inclusive “se o gene é eliminado muito cedo no desenvolvimento, pode ser que não sejam verificados efeitos, porque há muitos mecanismos de compensação”. Precisamente por isso, as ferramentas da Farmacocinética, que ativam ou desativam um gene ou uma proteína conseguem fazer com que os cientistas vejam imediatamente seus efeitos, mas “passado muito tempo, há mecanismos de compensação que o substituem”.

 

A memória e o aprendizado dependem tanto dos genes como do meio, ainda que seja necessário diferenciar entre aprender a andar, cuja origem seria puramente genética, do aprender a tocar piano, capacidade que mistura o fator genético com o ambiental. De fato, o tipo de teste ao qual os animais são submetidos nunca acontece em seu meio natural, isso é, normalmente “eles não têm que puxar uma alavanca para comer e não associam um som com um sopro de ar na córnea, mas seu cérebro, de alguma maneira, está preparado para isso”, afirma José María Delgado.

 

O cientista da Universidade Pablo de Olavide afirma que até pouco tempo fazia trabalhos conjuntos com Javier Yajeya, pesquisador do Incyl. “Pretendemos voltar a colaborar”, afirmou antes de começar uma conferência no centro de Salamanca.