Alimentación España , Valladolid, Lunes, 11 de junio de 2012 a las 11:36

Descobre-se uma elevada riqueza biológica na bacia fronteiriça do rio Águeda

Pesquisadores da UEMC, do Irnasa e do Instituto Politécnico de Castelo Branco revelam em Valladolid os resultados preliminares do Projeto Águeda

Cristina G. Pedraz/DICYT Os pesquisadores do Projeto Águeda, pertencentes à Universidade Européia Miguel de Cervantes (UEMC) de Valladolid, ao Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia (Irnasa) de Salamanca e ao Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) de Portugal, apresentaram no dia 7 de junho em Valladolid os resultados preliminares do trabalho, iniciado em janeiro deste ano, destinado a realizar um diagnóstico ambiental e uma avaliação de impactos e riscos na bacia deste rio fronteiriço. Como destacou em declarações coletadas pelo DiCYT a diretora do projeto, Isabel Montequi, descobriu-se uma “elevada riqueza biológica na região, das mais importantes de Castela e Leão, com uma diversidade de insetos desconhecida, sobretudo na parte da comunidade, e que estão protegidas pela legislação”.

 

Do mesmo modo, constatou-se “a boa qualidade de água nos trechos estudados” e “atualizou-se e homologou-se” a área fronteiriça a nível cartográfico. Neste sentido, o docente e pesquisador da UEMC Francisco Campos Sánchez-Bordona afirma que se trata de uma área “pouco estudada nas últimas décadas” na qual está sendo encontrada, dentre outras coisas, “grande diversidade de insetos que não estavam citados na bibliografia”. “O que encontramos até o momento é suficiente para catalogar a área como de importância internacional”, enfatizou o especialista.

 

O projeto, intitulado “Caracterização ambiental e análise de risco em bacias transfronteiriças: projeto piloto no rio Águeda”, foi iniciado há seis meses e será concluído em junho de 2013. A iniciativa conta com um orçamento de 512.000 euros, 65% financiados pelos fundos Feder.

 

A finalidade é desenhar um modelo de impactos e riscos ambientais que possa ser aplicado em outras bacias transfronteiriças a partir de dados de identificação morfológica, evolução temporal (até 50 anos) de usos do solo e da caracterização biótica e fisicoquímica da bacia do Águeda. “Queremos criar e validar um modelo que sirva para outras áreas e ampliá-lo a outras bacias transfronteiriças”, incide Sánchez-Bordona.

 

Para tanto, os pesquisadores da UEMC e do Irnasa estão coletando amostras da água, solo e flora, e realizando diversas análises. Com esses dados, o Instituto Politécnico de Castelo Branco desenvolverá os modelos geoestatísticos de comportamento e elaborará a metodologia analítica aplicável em outros ambientes fronteiriços.

 

Trabalho de divulgação

 

Da apresentação do projeto participou também o reitor da UEMC, Martín José Fernández Antolín; e o delegado do Governo de Castela e Leão, Ramiro Ruiz Medrano, que enfatiza que o projeto “pretende valorizar nosso território, especificamente o rio Águeda como elemento de análise e de união dos dois países”. “Também pretende saber de que modo é possível melhor a gestão do território”, afirma o delegado do Governo, que destacou outros objetivos como “identificar as mudanças de usos no território, ver sua evolução desde 1959 até hoje e seus efeitos sobre a paisagem, além de algo importante como divulgar este trabalho, que não fique somente nas salas de aula da universidade e que os cidadãos possam conhecer o rico patrimônio natural que possuímos”.

 

A bacia hidrográfica do rio Águeda estende-se através de mais de 2.600 quilômetros quadrados pelas províncias espanholas de Salamanca e Cáceres, e pelo distrito português de Guarda. A bacia abarca 79 entidades locais (entre municípios e freguesias) com uma população superior a 42.700 habitantes, dos quais 16% pertence a Portugal (cerca de 6.700 pessoas). O Águeda é afluente do Duero em sua margem esquerda e faz fronteira natural entre Espanha e Portugal da desembocadura do Turones até Barca d’Alva.

 

Trata-se de uma rede hidrográfica muito ampla, que apresenta milhares de pequenos açudes destinados originariamente a abastecer a grande quantidade de moinhos existentes na área (já quase todos em desuso), mas que atualmente se destinam sobretudo a usos agropecuários e de ócio como piscinas fluviais. Ademais, na bacia existe uma grande quantidade de massas de água superficial (lagoas, charcos, etc.), grande parte delas de origem antrópica e destinadas a satisfazer as necessidades da pecuária.