Alimentación España , Salamanca, Lunes, 16 de junio de 2014 a las 17:28

Desenhados biofertilizantes específicos para batatas

O IRNASA desenvolve biofertilizantes baseados em microrganismos endofíticos para melhorar a produção sem utilizar fertilizantes químicos tradicionais

José Pichel Andrés/DICYT O Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Salamanca (IRNASA, centro do CSIC) está finalizando um projeto que tem como objetivo desenvolver biofertilizantes específicos para o cultivo da batata, de forma que se possa reduzir a fertilização química tradicional e, consequentemente, a contaminação do meio ambiente. A ideia é utilizar microrganismos endofíticos, isto é, do interior da própria planta, para melhorar sua produção.

“A batata é muito dependente do nitrogênio, que é fornecido por fertilização química; contudo, atualmente, está sendo promovido um uso mais sustentável dos recursos, de forma que os microrganismos podem ser uma solução para evitar a contaminação de aquíferos e do meio ambiente em geral”, disse em declarações à DiCYT, Álvaro Peix, pesquisador do IRNASA.

O projeto é pioneiro porque há muito poucos estudos sobre bactérias endofíticas de batata. Geralmente, os cientistas dedicam-se a estudar mais os microrganismos patógenos que influem nas doenças das batatas, como bactérias e fungos, para tratar de combatê-los. Entretanto, também existem microrganismos benéficos para o cultivo. “O que fazemos é isolar bactérias endofíticas de batata nas terras de Castela e Leão para estudar seu possível efeito bioprotetor e bioestimulante na produção integrada”, comenta o especialista.

Ao realizar uma análise da diversidade destes microrganismos e caracterizar as populações endofíticas que promovem o crescimento e a produção vegetal, os pesquisadores têm condições de escolher quais são os mais adequados para sua inoculação em batata de meia estação e tardia, que é o objetivo concreto deste projeto financiado pelo Governo de Castela e Leão desde 2012 e que terminará, aproximadamente, depois de três anos de trabalho.

O resultado vai ser o desenho de “fertilizantes à la carte” baseados em microrganismos que sejam o mais eficazes possível para melhorar a produção, levando-se em consideração que devem competir com outras formas de vida do solo e do interior das plantas. “As bactérias endofíticas têm a vantagem de que colonizam o interior dos tecidos das plantas e permanecem neles, de maneira que podem exercer seu efeito de uma forma mais direta sem competir com outros microrganismos do solo”, indica Álvaro Peix. Achar bactérias específicas deste cultivo é fundamental, porque se adaptam melhor e, de fato, foram encontradas algumas bactérias idênticas em cultivos de batatas muito distantes geograficamente.

Coleção de bactérias endofíticas

Os cientistas do IRNASA já têm uma importante coleção de bactérias endofíticas isoladas naquelas que caracterizam seus mecanismos de promoção do crescimento vegetal in vitro. Atualmente, já dentro da última fase do processo, realizam ensaios de campo com algumas das cepas selecionadas para “ver quais podem se comportar melhor a fim de serem candidatas à formulação de biofertilizantes”.

Os produtos que irão ao mercado como resultado desta linha de pesquisa estarão baseados unicamente nestes microrganismos, sem outros componentes químicos, o que se ajusta melhor às novas exigências legislativas na Europa, que tratam de reduzir a contaminação do ambiente que a agricultura provoca, já que muitos produtos químicos acabam contaminando solos e águas.

Além disso, a batata é um cultivo de grande importância em Castela e Leão, que junto com Andaluzia é a comunidade autônoma com maior produção na Espanha. O mercado internacional deste produto é muito competitivo e sofre grandes flutuações. Por isso, o Governo elaborou um Plano Estratégico da Batata que se propõe a ajudar a competitividade da batata regional através da melhora de sua qualidade, entre outras coisas, através da pesquisa biotecnológica.