Salud México , México, Viernes, 08 de febrero de 2013 a las 10:06

Efeitos do Parkinson são controlados por implantes

Pesquisadores da UNAM propõem novos materiais para administrar medicamentos

Agência ID/DICYT A doença de Parkinson foi descrita pela primeira vez há quase 200 anos e, no entanto, ainda não se sabe com exatidão qual é sua causa, e menos ainda como detê-la. Contudo, um grupo multidisciplinar de cientistas descobriu um método promissor utilizado em modelos animais que restabelece a capacidade motora e poderia ser utilizado em humanos a médio prazo.

 

Os cientistas Patricia Vergara Aragón, do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina (FM) da UNAM; Jorge García Macedo, do Laboratório de Fotônica de Geles do Instituto de Física da UNAM (IF) e Guadalupe Valverde Aguilar, do Centro de Investigação Aplicada e Tecnologia Avançada (CICATA) do IPN, lideram uma pesquisa focada em injetar e liberar dopamina de maneira eficaz no cérebro, tratamento que aplicaram em ratos de laboratório.

 

Ainda que seja desconhecida a origem da doença, sabe-se que se apresenta pela ausência de dopamina em uma área do cérebro chamada neoestriado (trato nigroestriatal). Isto provoca movimentos lentos, rigidez muscular e tremores em repouso, os principais sintomas da doença.

 

No Parkinson, os neurônios que produzem dopamina morrem ou não funcionam adequadamente. A molécula cumpre funções de neurotransmissor no sistema nervoso central e participa em funções como controle dos movimentos e batimento cardíaco, dentre outras.

 

Para combater a doença, os medicamentos atuais utilizam precursores da dopamina, administrados por via oral e que logo são sintetizados no cérebro. Ainda assim, a morte neuronal não diminui e continua havendo um déficit de dopamina. Os médicos prescrevem estes medicamentos, mas não são capazes de chegar ao cérebro, já que são bloqueados pela estrutura hematoencefálica de maneira natural.

 

Estes tratamentos a princípio são capazes de produzir bons resultados, mas com o passar do tempo maiores doses são requeridas, até que finalmente já não respondem. O recurso mais viável seria injetar de maneira direta o neurotransmissor (dopamina) no cérebro; o problema é que esta se oxida quase ao mesmo instante que entra em contato com agentes como a luz, de modo que deixa de ser útil e, inclusive, pode ser prejudicial. Aqui se destaca o avanço dos pesquisadores mexicanos, que desenvolveram um material capaz de encapsular a dopamina e evitar que se oxide, para que chegue ao cérebro de maneira direta.

 

Estes reservatórios foram desenvolvidos no IF e no CICATA com um material feito de dióxido de titânio amorfo (TiO2), presente na dopamina. Este material comprovadamente converte-se em blindagem à exposição solar e ao ar, conforme indicam os cientistas. Ao testar os nanorreservatórios, melhoram os implantes através de técnicas de absorção óptica e espectroscopia infra-vermelha.

 

De acordo com os pesquisadores, o material é como uma esponja que se enche com o medicamento (dopamina) e o conserva bem, permanecendo ativo por meses, e levando-o ao neurotransmissor como requerem os neurônios, ao menos nos estudos realizados com ratos.

 

Os testes com os roedores, nos quais a doença foi induzida, são realizados por Vergara Aragón, que fez análises de conduta prévias e posteriores aos implantes, colocados em uma área chamada núcleo caudado ipsilateral.

 

As análises produziram resultados importantes: os ratos mostraram uma recuperação da função motora de até 90%. Até agora não foram encontrados efeitos adversos ao implante. Devido a estes resultados, os cientistas buscam agora financiamento para realizar testes em humanos, porque o nível de controle dos protocolos requer estudos clínicos.

 

“Para superar as limitações econômicas, estamos abertos e convidamos os interessados a financiar estas pesquisas. Alguma empresa privada, companhias farmacêuticas, poderíamos compartilhar os lucros. Não podemos avançar se não existem fundos suficientes”, afirma Patricia Vergara Aragón.