Mortalidade prematura relacionada à poluição custa 1'7 bilhão anuais

Juliana Passos/ComCiência/Labjor/DICYT  A poluição das áreas metropolitanas brasileiras causa um prejuízo de 1,7 bilhão anuais. Os cálculos são apresentados em artigo publicado na edição de outubro da revista Ciência & Saúde Coletiva. A pesquisa tem como base a expectativa de vida da população e foram divididos por gênero e idade. Com expectativa de vida maior, as mulheres são as que mais pesam neste valor.

Os dados foram coletados ao longo de quatro anos junto a órgãos que fazem o monitoramento ambiental e da qualidade do ar nas regiões. São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e mais cinco regiões possuem monitoramento, mas nas 21 demais áreas foram feitas estimativas com base no registrado nos locais onde há medição. O número de óbitos nas oito regiões onde há monitoramento totaliza 15.164 mortes em um total de 20.050 óbitos anuais.

O impacto financeiro alcançado não leva em consideração os gastos das internações, medicamentos e nem a redução da produtividade econômica das pessoas afetadas. Por isso, os pesquisadores consideram que o valor alcançado pode ser ainda maior. Nelson Gouveia, pesquisador do departamento de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, comenta que há a necessidade de quantificar o impacto da poluição para que as informações coletadas reflitam na formulação de políticas públicas e haja um incentivo ao monitoramento da qualidade do ar.

O número de mortes e custo financeiro são considerador “alarmantes” por Gouveia e Simone Miraglia, engenheira química na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira). Como indicação de políticas públicas os autores sugerem o uso de combustíveis mais limpos, a melhoria dos sistemas de transporte públicos.