Alimentación España , Valladolid, Martes, 03 de enero de 2012 a las 12:44

Nova norma quantificará a radiação absorvida no tratamento da tireóide com iodo 131

Professora da Universidade de Valladolid, Raquel Barquero, é a autora da proposta, que foi apoiada por 17 países do Comitê ISO de Proteção Radiológica

CGP/DICYT A glândula tireóide, localizada no pescoço, é encarregada de produzir os dois hormônios que regulam todo o metabolismo, ou seja, as mudanças físicas e químicas que transformam o alimento em energia. Quando esta glândula tem uma atividade excessiva, ao que se denomina hipertireoidismo, é preciso iniciar um tratamento para evitar complicações. Um deles é o iodo radioativo I-131 e, como explica a DiCYT a professora da Universidade de Valladolid e doutora do Hospital Clínico Raquel Barquero, não existe um consenso entre todos os países no momento de quantificar a radiação absorvida pelo paciente tratado com I-131.

 

Barquero trabalhou no desenvolvimento de uma norma internacional para determinar a atividade do I-131 (iodo 131) nos pacientes que recebem tratamentos de doenças da tireóide, que foi apoiada por 17 países integrantes do Comitê ISO de Proteção Radiológica. O projeto ainda é um rascunho, nele participam pesquisadores de sete países (Estados Unidos, Argentina, Canadá, França, Itália, Kenia e Espanha) que apresentam sugestões e o documento definitivo, a norma ISO 166444, pode estar pronta em três anos.

 

Segundo Raquel Barquero, que trabalha neste campo há 10 anos, o processo costuma ser “muito lento”, porque requer “o acordo de muitos países”, mas a nova norma permitirá o desenvolvimento de “um método padronizado para medir a quantidade de radiação absorvida por um doente de tireóide tratado com iodo 131”. Desta forma, todos utilizarão o mesmo método e será possível fazer comparações entre os diferentes países. “A proposta oferecerá um método comum a todos os serviços de medicina nuclear do mundo”, afirma a especialista.

 

Em relação à necessidade de saber esta informação, a pesquisadora enfatiza que “a quantidade de I-131 captada (atividade) é um dado essencial para estimar-se a dose de radiação e a eficácia do tratamento, já que a dosimetria deve ser individualizada”, afirma a pesquisadora.

 

Proposta da Aenor

 

Este método desenvolvido pela professora da Universidade de Valladolid foi proposto pela Aenor-Espanha, pois Raquel Barquero tem grande experiência na radiofisica hospitalar do Hospital Clínico Universitário de Valladolid. A norma foi apresentada ao Grupo de Trabalho “Dosimetry and related protocols in medical applications of ionising radiation”, reunido na seção plenária do Comitê ISO de Proteção Radiológica realizada em Niágara (Canadá) em abril de 2011.

 

O Comitê Internacional de Normalização ISO é o organismo dedicado à normalização de estandardização mundial e tem como objetivo garantir mínimos requisitos de qualidade e de homogeneização para aumentar a economia e a eficácia. Na realidade, é uma federação de organismos nacionais como a AFNOR (francesa), BSI (britânica) e, na Espanha, a Associação Espanhola de Normalização (AENOR). Ainda que as normas ISO não sejam obrigatórias, “o mundo todo procura utilizá-las porque são um certificado de qualidade, garantem um trabalho bem feito”, afirma Barquero, que afirma que na Espanha existe um grupo de trabalho em dosimetria de medicina nuclear, no qual participam vários hospitais, que realizou vários protocolos nacionais.