Sistema permite controlar um computador de forma remota com celular ou tablet Android

JPA/DICYT  A Universidade Pontifícia de Salamanca desenvolveu um sistema que permite conectar-se e trabalhar em um computador de maneira remota através de um telefone celular ou de um tablet com sistema operativo Android. Esta tecnologia também permite fazer o contrário, manejar o celular ou a tablet digital através do desktop do computador. Este último aspecto pode ser interessante para programadores de aplicativos de celulares, já que poderiam testar de modo mais eficiente suas criações.

A iniciativa se encontra dentro dos projetos do Clube Universitário de Inovação da Universidade Pontifícia de Salamanca, que pretende fazer com que os alunos desenvolvam seus próprios projetos. Neste caso, sob a orientação de Mariano Raboso Mateos, os estudantes Pedro Borregón, Pablo Blanco e Martín Canoura são os responsáveis pela idéia. “Desenvolvemos um protocolo capaz de proporcionar aspectos de comunicação Android”, explica Martín Canoura. Ainda que existam aplicativos semelhantes para conectar-se a escritórios remotos, este projeto “é muito mais rápido e seguro”, afirma em declarações a DiCYT.

A iniciativa ainda não foi finalizada e “tem uma aplicação técnica muito importante”, afirma. Por exemplo, “podemos mandar aplicativos do celular ao PC e vice-versa. Se você utiliza uma tablet e em um determinado momento não quer que um aplicativo seja executado nela, pode enviá-lo ao computador para que realize o processo e devolva os resultados à tablet”.

A razão de haver escolhido Android é, sobretudo, comercial, porque este sistema operativo tem uma quota de mercado de 59% e “a idéia não está pensada somente para o usuário doméstico, mas para meios empresariais”, explica.

Celulares virtuais

Assim, estes jovens pesquisadores estão ampliando o conceito inicial buscando ambiciosas aplicações. Por exemplo, “em um computador montamos vários telefones Android, ou seja, é como se dentro do computador pudesse existir vários celulares”, o que pode ser muito útil para as empresas que programam aplicativos para estes dispositivos, já que ao invés de testá-las em seus telefones reais, poderiam usar este sistema para ver como se comportam a partir de qualquer lugar. “Seria uma forma de otimizar a capacidade de executar aplicativos”, comenta.

O desenvolvimento deste protocolo requer um ano e meio de trabalho, já que é um grande projeto de engenharia e poderia servir tanto para lares, quanto para empresas, quando alojado em servidores grandes que todos possam acessar. “É possível desenvolver uma ‘nuvem’ de Android”, afirma Martín Canoura. Estes conceito, que é muito útil aos programadores, pode ter diversos usos, inclusive educativos, porque “um aluno poderia se conectar a um Android que está no servidor e o mouse poderia atuar como um dedo sobre a tela táctil”, agrega.