Salud España , Salamanca, Miércoles, 03 de febrero de 2010 a las 14:07

Todos os vícios compartem mecanismos neurológicos comuns

Especialistas reunidos no Instituto de Neurociências de Castilla y León destacam o caráter patológico de condutas como o alcoolismo

JPA/DICYT Especialistas em vícios entram em acordo com respeito ao caráter patológico de tal conduta, em uma jornada organizada pelo Instituto de Neurociências de Castilla y León (Incyl) no marco do Foro INCYL 2010 Neurociencia y Sociedad. De acordo com sua explicação, todos os vícios compartem mecanismos neurológicos comuns o que possibilita estudá-los para descobrir-se não só remédios psicológicos, mas também farmacológicos, um campo que ainda se encontra pouco desenvolvido.

 

Mercedes López Rico, pesquisadora do Incyl e professora de Psicofarmacologia, se concentra nas características da patologia do vício, no seu significado social e nas repercussões que tem. “O vício é uma doença em si mesma porque existe um substrato comum em todas as condutas viciadas”, assegura, em declarações a DiCYT. “Quando tentamos encontrar diferenças entre o alcoolismo e a ludopatia ou o sexo compulsivo, temos dificuldade desde o ponto de vista científico, porque na base biológica encontramos um substrato comum e os mesmos mecanismos, com o qual podemos identificar todas estas condutas como uma patologia”, adiciona.

 

Por sua parte, Eduardo Weruaga Prieto, que também é pesquisador do Instituto de Neurociências, está focado nos estudos que realiza seu grupo sobre drogas, nicotina e certos neurotransmissores, mostrando quais partes do cérebro se tornam mais viciadas. De maneira mais concreta, sua pesquisa analisa o papel da nicotina, substância responsável pelo vício em tabaco, e o óxido nítrico como neurotransmissor, um trabalho financiado pelo Plano Nacional sobre Droga, e “que tem como objetivo conseguir novas terapias para a perda de hábito tabagista, já que até o momento existem terapias psicológicas e farmacológicas, mas “apenas uma ou duas”, de maneira que “buscamos outras vias”. Estes estudos se realizam, atualmente, com animais. “É necessário fazer com que ratos se viciem em nicotina”, comenta Weruaga, depois, estudamos distintos aspectos do cérebro e suas reações.

 

Segundo Weruaga, “a base de toda nossa psicologia está nos neurônios e vice-versa, não teria sentido no ser humano falar de neurônios si não se fala de pensamentos e vícios, neste caso”. No caso dos vícios ainda não estão desenvolvidas muitas terapias farmacológicas, comparado ao que ocorre com outras doenças psiquiátricas, como a depressão. No entanto, “os neurônios funcionam da mesma forma, tanto quando pensamos, como quando nos viciamos, no cérebro existem uns circuitos denominados do prazer e de recompensa os quais as drogas conseguem ativar em excesso”, afirma.

 

O problema é que o sistema se acostuma e “necessitamos sempre mais droga”, enquanto que as pessoas que não possuem vícios são capazes de manter o equilíbrio do sistema mediante outras entradas psicológicas. De qualquer forma, “nos mamíferos o circuito do prazer e de recompensa é muito primitivo e tem um papel no prazer em sentido amplo, não só nas drogas, mas também no sexo, no jogo ou certas condutas”, assinala o especialista.