Salud España , Valladolid, Miércoles, 01 de junio de 2011 a las 11:49

Valladollid sediará os testes do estudo internacional sobre a Síndrome da Dor Fantasma

Pesquisa, que pretende encontrar a origem deste problema, contará com uma amostra composta por mais de cinqüenta pessoas

Cristina G. Pedraz/DICYT Os pesquisadores que participam no estudo internacional promovido por Andade (Associação Nacional de Amputados) e financiado pela Fundação Mapfre, para descobrir a origem da Síndrome da Dor Fantasma (SDF), estão em Valladolid para realizar os testes biopsicossociais nos voluntários que colaboram com o trabalho. Nos últimos dias estudaram mais de vinte casos em Sevilha e Santiago de Compostela, e desde ontem e durante o fim de semana analisarão cerca de 25 na capital de Valladolid. Uma das cientistas que participa na pesquisa, Soraia Cristina Tonon da Luz, da Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil (UDESC), explicou a DiCYT a natureza dos distintos testes que estão sendo realizados.

 

“Estamos realizando testes de termografia para saber a temperatura da região do membro amputado e comparar se há maior sobrecarga ou não nas pessoas que têm o SDF, assim como se esta extremidade tem temperatura maior ou menos nestes pacientes”. Como precisa a pesquisadora, o estudo conta com dois grupos de pessoas, as que sofrem da dor fantasma e as que não, com o objetivo de “cruzar dados e comparar os resultados”.

 

Neste sentido, estão sendo desenvolvidos também testes sobre a variabilidade da freqüência cardíaca. Mantém-se o paciente deitado por 20 minutos para comprovar a relação da dor com a atividade do sistema nervoso autônomo parassimpático e simpático. Por outro lado, analisa-se a história clínica para saber a evolução do paciente da origem do problema até o momento da amputação. Os pesquisadores do estudo observaram indícios de que os pacientes cuja amputação tem uma origem traumática apresentam habitualmente dor fantasma, frente àqueles que tiveram uma cirurgia planificada. Na mesma linha, estudar-se-á o tipo de cirurgia realizada.

 

Por outra parte, realizam-se questionários validados por tipo psicológico e sobre a qualidade de vida destas pessoas, que incluirão um mapa do corpo humano onde se deverão indicar os lugares em que sentem a dor fantasma. “Descobrimos que pessoas nas que a SDF está totalmente desestruturada, sentem pontadas, formigamento e câimbra, uma sensação incapacitante e é importante que indiquem onde ocorre, porque é possível tratar”, assegura a pesquisadora, que afirma que o ideal seria começar a tratar a dor imediatamente após a cirurgia.

 

A amostra inclui pessoas com membros inferiores amputados de distintos níveis e por diferentes causas traumáticas, maiores de 18 anos, de ambos os sexos e com ou sem dor fantasma. Tanto a doutora Soraia Cristina Tonon da Luz como a especialista em dor da UDESC, Julia Barcellós, analisarão os dados obtidos. “Acredito que abriremos novas linhas de pesquisa com os resultados do estudo e não só sobre a dor fantasma, já que existem outras coisas a conhecer-se e que ainda não foram estudadas”, assegura a especialista.

 

Primeiros resultados em outubro

 

A equipe de pesquisa, formada também pelos cientistas da Universidade Pablo de Olavide de Sevilla, espera ter os primeiros resultados do trabalho no mês de outubro. O objetivo, como explicou Soraia Cristina Tonon da Luz, “é realizar um congresso cientifico no qual será entregue a todos os participantes um relatório com os resultados obtidos, já que é muito importante que a pessoa tenha consciência do que acontece com ela para aumentar sua qualidade de vida”.