Salud España , Salamanca, Martes, 23 de marzo de 2010 a las 17:00

Pesquisas de ponta buscam uma vacina permanente para a gripe

Alicia Sol贸rzano, pesquisadora de Palencia que trabalha nos Estados Unidos h谩 oito anos explicou hoje em Salamanca as chaves de novas vacinas com v铆rus vivos modificados gen茅ticamente

José Pichel Andrés/DICYT Nasceu em Palencia, estudou em Salamanca e há oito anos trabalha nos Estados Unidos fazendo parte da elite mundial na pesquisa da gripe. Alicia Solórzano trabalha no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade de Maryland, onde sua equipe desenvolve uma nova geração de vacinas, fazendo experiências com vírus vivos porque “a proteção que oferecem é muito melhor”, afirma, comparados com os vírus inativados das tradicionais. A longo prazo, o objetivo é encontrar uma vacina universal para combater o vírus da gripe, que não necessite ser renovada todos os anos e que possa ser administrada por via nasal, segundo explicou hoje em uma conferência do Instituto de Microbiologia Bioquímica (IMB) da Universidade de Salamanca.

 

“A vacina que recebemos todos os anos é específica para o vírus e está circulando ano a ano, mas nós queremos fazer vacinas que protejam contra todos os tipos de vírus da gripe”, diz. “Estamos bastante longe de consegui-lo”, reconhece, mas no futuro espera-se que uma única vacina seja utilizada amplamente e que, ainda que surja um novo vírus, a proteção anterior siga sendo efetiva, afirmou a especialista em declarações a DiCYT.

 

“Todas as vacinas existentes no mercado, sobretudo na Europa, têm como base vírus inativados e são injetáveis por agulha, mas na Rússia, por exemplo, são utilizadas vacinas com vírus vivos que são administradas via nasal, por spray. Nos Estados Unidos estas vacinas estão aprovadas desde 2003, mas acreditamos que podem ser melhoradas para que sejam mais seguras e ofereçam mais proteção”, comenta Alicia Solórzano.

 

Estes vírus são manipulados geneticamente em laboratório, o que oferece muitas vantagens para os cientistas. “Você pode manipular o vírus como quiser, podendo atenuá-lo mais ou menos, e isso lhe permite fazer vacinas sob medida”, indica. Ainda que falte muito tempo para que estas pesquisas dêem frutos, a tendência é trabalhar com vírus que possam ser manipulados em laboratório e que possam ser utilizados como vacinas, explica.

 

“As vacinas tradicionais implicam uma agulhada e a maioria dos estudos demonstra que não funcionam muito bem”, afirma a pesquisadora. Além disso, todo ano deve-se fazer uma nova vacina, porque o vírus evolui. “Acreditamos que as vacinas vivas oferecem uma proteção mais ampla, de modo que possivelmente faremos uma vacina mais permanente, que não necessite ser reformulada todo ano”, assegura. O método de administração pelo nariz seria muito mais fácil e barato.

 

Atuações corretas contra a gripe A

 

Se os pesquisadores atingem seu objetivo, no futuro serão evitadas situações de alarme mundial, como a gerada há alguns meses com a gripe A, provocada pelo vírus A/H1N1. No entanto, a cientista de Palencia considera que a atuação dos representantes do governo foi correta. “Os governos trabalharam bem, porque não somos capazes de prever como se comportará um novo vírus que entra em circulação e acredito que é melhor a política que previne do que a que lamenta”, afirma. “Não entendemos muito a epidemiologia, por que um vírus desloca ou substitui outro, por que salta de um hospedeiro a outro, neste caso, de porcos a humanos, de modo que é difícil prever se o vírus vai causar uma pandemia grave ou não”, Finalmente, o vírus foi menos virulento do que parecia, logo “deveríamos estar agradecendo porque se realmente tivesse sido mais patogênico estaríamos lamentando, inclusive se houvesse vacinas estaríamos em uma situação ruim”, declara.

 

Nos Estados Unidos existem cinco centros de excelência na pesquisa contra a gripe e Alicia Solórzano faz parte de um deles. Depois de formar-se na Universidade de Salamanca, trabalhou cinco anos no Hospital Monte Sinai de Nova York com Adolfo García Sastre, procedente de Burgos que também estudou em Salamanca e que “é uma eminência no mundo da gripe”, assegura a pesquisadora. Há 3 anos está na Universidade de Maryland que, junto ao Monte Sinai e a um centro holandês, forma um dos cinco centros de excelência em gripe, centro que se dedica à pesquisa de vacinas, transmissão, patogêneses e diferentes aspectos do vírus.