Alimentación México , México, Martes, 05 de junio de 2012 a las 14:07

Cria-se envases “ativos” que aumentam a conservação de alimentos em 50%

Produto do Instituto Tecnológico de Sonora tem propriedades antioxidantes que permitem um maior tempo de armazenamento

Agência ID/DICYT Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Sonora (ITSON) desenvolvem envases ativos que permitirão conservar os alimentos por um tempo até 50% maior, devido a sua ação antioxidante.

 

O envase ativo é uma denominação obtida por embalagens de alimentos que cumprem com alguma função adicional ao acondicionamento. Os produtos desenvolvidos no ITSON   funcionam como agentes antioxidantes e permitem um maior armazenamento de produtos suscetíveis à oxidação. Através desta tecnologia os alimentos com alto índice de lipídios (gorduras) são protegidos de fatores ambientais que provocam sua decomposição, como a luz, o oxigênio ou a temperatura.

 

O doutor Jaime López Cervantes, pesquisador do ITSON e líder do projeto explica que atualmente foram desenvolvidos envases para produtos alimentícios como pizzas e queijos (em fatias), agregando que as embalagens podem ser utilizadas em uma grande variedade de produtos.

 

Outra possibilidade que permitem os envases ativos é evitar a contaminação microbiana: “Em nossos laboratórios desenvolvemos embalagens antimicrobianas e foram testadas com êxito em alguns tipos de peixes parcialmente cozidos”, afirmou o doutor López Cervantes.

 

O pesquisador do ITSON detalha que estes envases não beneficiam apenas o consumo interno de alimentos, mas também são potencialmente úteis nos mercados internacionais: “Por exemplo, a exportação de tomates é dificultada pela pouca duração dos produtos. No entanto, através dos envases ativos é possível aumentar seu tempo de conservação em até 10 dias, o que facilita seu transporte e venda”.

 

Biotecnologia sustentável

 

Para materializar os envases ativos o doutor Jaime López Cervantes pesquisou sobre os efeitos dos componentes encontrados no camarão, como a astaxantina, um pigmento natural com alto potencial antioxidante (componente responsável pela cor avermelhada que adquire o crustáceo quando é cozido).

 

Também pesquisou-se a quitina (molécula responsável por dar rigidez à casca do camarão). Este componente é o precursor de um composto denominado quitosano, que funciona como um potente agente antimicrobiano.

 

O pesquisador explicou que o processo biotecnológico que origina estes componentes consiste na fermentação das cabeças de camarão (que normalmente são descartadas). Através de tal procedimento há uma separação física de componentes em duas fases: primeiro tratam-se os lipídeos para obter a astaxantina; logo há uma fase sólida na qual se extrai a quitina.

 

Deste forma, são aproveitados os resíduos da indústria do camarão, já que se estima que as cabeças descartadas representam 35% do peso total do crustáceo. De acordo com os cálculos, no estado de Sonora os resíduos de camarão oscilam em 27 mil toneladas anuais.

 

Este projeto possui o apoio de um fundo de cooperação internacional do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, e atualmente é desenvolvido em conjunto com pesquisadores de Espanha e Portugal.