Tecnología España , Zamora, Miércoles, 12 de septiembre de 2012 a las 13:05

Cria-se um visor cartográfico das jazidas das Lagunas de Villafáfila

SIG coleta toda a informação existente sobre cada jazida: fotos, documentos oficiais, científicos e de divulgação

Cristina G. Pedraz/DICYT O ambiente das Lagunas de Villafáfila, em Zamora, conforma uma reserva natural com um importante valor arqueológico. Trata-se de lagoas com grande conteúdo de sal e há séculos seus habitantes exploram este recurso (as ocupações salinas mais antigas que se conhecem datam da Idade do Cobre, especificamente no período Campaniforme, de 2.500 a 2.000 antes de Cristo). Como explica Ángel Palomino, da empresa Aratikos Arqueologia, há três anos iniciou-se um projeto de pesquisa em coordenação com a Junta de Castela e Leão e o Departamento de Pré-história da Universidade de Valladolid para realizar um estudo dos sistemas de exploração do sal na pré-história recente.

 

Coordenado por Germán Delibes e com Elisa Guerra como pesquisadora principal, concebeu-se a possibilidade de desenvolver um SIG (Sistema de Informação Geográfica), como protótipo, como ferramenta complementar para administrar toda informação sobre as jazidas.

 

Para tanto, entraram em contato com o Laboratório de Cartografia e SIG (Lacasig) da Universidade de Valladolid, dirigido pelo professor José Luis García Cuesta. Após aproximadamente quatro meses de trabalho, criaram um visor cartográfico que permite localizar as jazidas em função de vários parâmetros “como a cronologia do município”, afirma. Ao ter acesso a cada jazida, o sistema não só especifica de qual se trata, mas também anexa toda documentação existente ao respeito, “a ficha de inventário arqueológico, que é o documento oficial, o relatório da jazida, fotografias, os artigos científicos publicados sobre ele ou informação de divulgação”. “O objetivo é sintetizar em um ponto toda a informação científica de cada jazida”, enfatizam.

 

Por exemplo, ao detectar uma jazida, o sistema permite acessar o portal de planejamento urbano da Junta, para saber se a área está afetada por alguma normativa de proteção que impeça a realização de determinados usos.

 

Um dos aspectos destacados pelos pesquisadores é a facilidade e rapidez no manejo, bem como o baixo custo econômico. Segundo explicam, pode alojar-se “em um servidor, neste caso da Junta, o em uma página web”. Do mesmo modo, “poderia ter como utilidade a criação de uma intranet a qual os próprios técnicos possam ter acesso somente a determinada informação sobre a gestão desses bens”. A atualização é outro ponto a ser considerado. “É um sistema vivo que pode ser atualizado de modo rápido e sem custos agregados”, afirmam.

 

Sistema baseado em camadas

 

A nível técnico, o sistema baseia-se em várias camadas. Primeiro, conta com um suporte cartográfico de distintas escalas, e também com diferentes fotografias aéreas dependendo da escala de visualização. Sobre este suporte, assenta-se uma cartografia temática que, em primeiro lugar, identifica cada uma das jazidas e logo uma série de camadas de contexto “sobre a rede de espaços naturais, vias pecuárias, usos do solo, mapas de infra-estrutura, entidades de povoamento, etc”.

 

Estima-se que em Castela e Leão exista cerca de 50.000 jazidas arqueológicas, ainda que sua documentação esteja dispersa. A idéia é seguir trabalhando nesta linha, apostando inclusive pelo desenvolvimento de aplicativos específicos para dispositivos celulares orientados ao trabalho de campo. “Não existe melhor forma de valorizar o patrimônio do que através do conhecimento”, concluem.