Epidemia de HIV/AIDS em mulheres
AC/INSP/DICYT Nos últimos anos os casos de HIV/AIDS em mulheres mexicanas aumentaram, passando de 300 na década de 80 a 1500 a partir do ano 2000. Em 99% dos casos recentes de AIDS em mulheres, a via de infecção foi por manter relações sexuais com homens soropositivos. O aumento da prevalência de AIDS refletiu-se na diminuição da razão homem-mulher para esta doença: no início da epidemia a razão era de 10.8 para 1, depois reduziu-se para 6.2 em 1990, e a 4.7 em 2000. Hoje a relação homem-mulher no país é de 4.0 a 1, ou seja, uma em cada quatro pessoas que vive com HIV é mulher.
Fruto da colaboração entre o Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), o Centro Nacional para Prevenção e Controle do HIV/AIDS (CENSIDA) e o Instituto Nacional das Mulheres (INMujeres), o livro “Mulheres, adolescentes e crianças mexicanas: uma visão compreensiva sobre o HIV e a AIDS. Epidemiologia, prevenção, atenção e melhores práticas no México”, aborda a epidemia de HIV/AIDS nas mulheres através de quatro capítulos: “Panorama epidemiológico”, “Prevenção”, “Análise do panorama da problemática”, e traz informação que permitirá decidir para onde encaminhar os esforços com relação a prevenção e atenção.
A apresentação deste livro, realizada no 14º Congresso de Investigação em Saúde Pública 2011, contou com a presença de Jessica Lombana, do INMujeres; Aurora del Río, do Centro Nacional de Igualdade de Gênero e Saúde Reprodutiva; Niza Picasso, da Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV/AIDS (ICW); e Pilar Torres, do INSP.
Durante sua participação, Jessica Lombana (INMujeres) assegurou que este livro é parte tanto dos esforços para conhecer a situação das mulheres com HIV/AIDS e tornar visível a vulnerabilidade de suas congêneres frente à epidemia, como das ações necessárias para reduzir a expansão desta entre a população feminina. Destacou que esta publicação é um chamado a entender a importância de fortalecer a prevenção e assumir o compromisso de voltar à atenção para as mulheres com HIV como uma prioridade no desenho e instrumentação das políticas públicas.
Por sua vez, Niza Picasso (ICW) enfatizou a necessidade de documentar corretamente os casos de mulheres infectadas, oferecer apoio a estas mulheres e melhorar as práticas de diagnóstico. Ademais, expôs a importância da educação para erradicar o estigma desta doença, afirmando que a epidemia de HIV em mulheres não é só um problema da pobreza, mas repercute em todos os estratos sociais.
A pesquisadora do INSP, Pilar Torres, editora da publicação, afirmou que “o presente livro proporciona evidência científica sobre as dinâmicas que fomentam a epidemia de HIV/AIDS nas mulheres, adolescentes e crianças mexicanas, e oferece informação que apóia a tomada de decisões para dirigir os esforços preventivos e de atenção a fim de ter um impacto maior”. Exortou também a que o livro seja consultado com o fim de difundir os resultados e recomendações nele propostos.
O livro “Mulheres, adolescentes e crianças mexicanas: uma visão compreensiva sobre o HIV e a AIDS. Epidemiologia, prevenção, atenção e melhores práticas no México”, pode ser baixado completo e gratuitamente na seguinte direção: http://www.insp.mx/folletos/ciss/mujeres_vih.zip