Tecnología España , Valladolid, Lunes, 18 de mayo de 2015 a las 16:29
INESPO II

Grupo de Investigação da UVA investiga a acústica na indústria, construção e ambiente

O Grupo de Acústica e Vibrações Aplicadas (AVISA) foi formalmente criado em abril de 2014 e está composto por três professoras e vários colaboradores

Cristina G. Pedraz/DICYT O Grupo de Investigação Reconhecido (GIR) Acústica e Vibrações Aplicadas (“Acústica y Vibraciones Aplicadas”, AVISA), da Universidade de Valladolid (UVA) trabalha em várias linhas centradas em acústica e vibrações nas áreas da indústria, construção e meio ambiente. Constituído em abril do ano passado, o GIR está conformado pelas professoras da Faculdade de Engenharia Industrial María Ángeles Martín Bravo (quem é a coordenadora do Grupo) e Ana Isabel Tarrero Fernández, além da professora da Faculdade de Arquitetura María Machimbarrena. O grupo também conta com a colaboração das professoras Marta Herráez e Lara del Val, também da Faculdade de Engenharia Industrial e a aluna de doutoramento Carolina Monteiro.


Vários estudos têm demonstrado que o ruído ambiental afeta a saúde humana de várias maneiras. Este pode causar distúrbios do sono ou um declínio no desempenho cognitivo, mas também outros problemas mais graves, tais como alterações no sistema cardiovascular (aumentando o risco coronário ou hipertensão arterial), glândulas endócrinas e aparelho digestivo ou problemas psíquicos. O ruído também pode afetar a natureza pois alterar o habitat da fauna pode levar a mudanças nos ecossistemas.


Consciente deste problema, o Grupo da UVA visa sensibilizar a sociedade dos problemas que pode causar o ruído ambiental e investigar diversos aspectos sobre o isolamento acústico.


A nível de investigação, um dos projetos que desenvolveu o grupo nos últimos anos foi o chamado COST TU0901 (Scientific Programme on Integrating and Harmonizing Sound Insulation Aspects in Sustainable Urban Housing Constructions), uma iniciativa que procurava integrar e harmonizar os parâmetros de isolamento acústico da edificação a nível europeu, dada a diversidade de regulamentos e requisitos nos diferentes países (http://www.dicyt.com/noticia/universidade-de-valladolid-lidera-projeto-europeu-sobre-isolamento-acustico-de-edificios).


O projeto concluiu no final de 2013, mas deixou muitas portas abertas. Como explicam a Profa. María Machimbarrena e Carolina Monteiro, a doutoranda do Grupo, o trabalho continua em diversas linhas. “No projeto propomos uns descritores de isolamento acústico e ruído de impacto. Pensámos em como poderíamos continuar a ajudar para que os países europeus se animarem a utilizar esses descritores comuns e propomos um projeto de tradução dos valores. Cada país tem agora os seus próprios indicadores e a tradução é necessária para que saibam as correspondências”.


Para realizar esta tradução, o Grupo está a utilizar uma grande base de dados cedida pelo Institute for Sustainable Construction (ISC) da Universidade Napier de Edimburgo (Reino Unido). O trabalho é complexo porque, tal como indicam, “depende em grande parte das tipologias construtivas, dos tipos de construção”.


Esquema de classificação acústica de habitações


Atualmente existe uma diretiva europeia sobre a eficiência energética e a poupança de energia nos edifícios que, com o horizonte de 2020, pretende que todos os edifícios atendam a certos parâmetros energéticos de sustentabilidade. Através do Projeto COST TU0901, as investigadoras também apresentaram uma proposta de esquema de classificação acústica das habitações.


“Observou-se que a acústica na edificação está a ser esquecida sistematicamente em diretivas europeias e tentou-se despertar e motivar as administrações para ser tido em conta no futuro, uma vez que os serviços energéticos e acústicos de uma habitação podem chegar a estar diretamente relacionados. Após quatro anos de trabalho a estudar os vários esquemas de classificação acústica já existentes, lançaram uma proposta de classificação das emissões sonoras das casas a ser debatida no ambiente de ISO (International Standard Organization), para que no futuro haja um esquema de classificação acústica harmonizado que possa ser usado por todos os países da UE, quer como recomendação, quer como regulamento”.


Como parte do projeto, é preciso traduzir os descritores de isolamento existentes em cada país para uns descritores “harmonizados e acordados” a serem usados no esquema de classificação acústica. É por isso que é necessário proporcionar um método simples de tradução dos descritores a ser utilizado em cada país. No entanto, na elaboração dessas traduções existem discrepâncias, pois há quem propõe traduções meramente matemáticas e quem defende traduções dependendo dos tipos de construção. As investigadoras da UVA apoiam ainda incluir os usuários neste debate sobre as faixas de frequência e os descritores, para ter em conta a sua perceção. Como parte da tese de doutoramento de Carolina Monteiro, fizeram testes de perceção sobre o isolamento acústico. “Queremos verificar se os descritores, que são números objetivos, realmente representam a perceção subjetiva das pessoas”, afirma.


Dois livros e um novo projeto


Por outro lado, também sob o projeto COST TU0901, publicaram dois livros: um sobre os resultados do projeto e as propostas feitas (os descritores de isolamento acústico, o esquema de classificação acústica de habitações e a proposta a tradução dos descritores); e uma série sobre a construção na Europa em que cada país contribuiu, na medida de suas possibilidades, com relatórios sobre a evolução da sua tipologia construtiva ao longo do tempo e o desempenho acústico dos edifícios antigos e novos, apontando problemas de projeto e erros na execução.


O Grupo participará também em um novo projeto COST, o TU1303 (Novel structural skins: Improving sustainability and efficiency through new structural textile materials and designs), concentrado nas novas estruturas de fachada. Trata-se de fornecer a parte acústica da iniciativa, centrando-se na parte térmica e energética. O projeto teve início em 2013 e será desenvolvido até novembro de 2017.


Impacto do ruído ambiental em áreas protegidas


Do mesmo modo, o Grupo de Acústica e Vibrações Aplicadas acabou de iniciar uma nova linha de investigação sobre o impacto ambiental do ruído em áreas naturais protegidas. Trata-se de uma pesquisa sobre os efeitos nestas áreas protegidas que vão associados ao ruído de origem antropogénica, ou seja, gerado pelo humano, por exemplo, devido à construção de infraestruturas ou ao lazer. Finalmente, também tem como objetivo realizar estudos de zonamento acústico ou identificação de paisagens sonoras.