Alimentación España , León, Miércoles, 06 de octubre de 2010 a las 16:43

Melhorias no tratamento das doenças parasitárias

Instituto de Criação de Gado de Montanha (CSIC-ULE) e UNAM (México) colaboram no controle estratégico de tremátodes em ovinos e bovinos

Antonio Martín/DICYT O grupo de Parasitologia de Criação de Gado de Montanha (‘Instituto de Ganadería de Montaña’, em espanhol, centro misto CSIC-Universidade de León) possui uma amplia bagagem de conhecimento sobre helmintoses em ruminantes, principalmente sobre dicrocelíase e fasciolíase, doenças causadas pelos tremátodes Dicrocoelium dendriticum e Fasciola hepatica, respectivamente, e que afetam vários mamíferos, principalmente ruminantes. Ambos parasitas possuem ciclos de vida indiretos e complexos, necessitando desenvolver-se em hospedeiros intermediários como moluscos terrestres e formigas, no caso do Dicrocoelium dendriticum.

 

A aplicação de medidas eficazes de controle contra estes dois parasitas exige a realização prévia de um diagnóstico correto, seu estudo epidemiológico para descobrir os mecanismos de transmissão da doença e realização de pesquisas experimentais que auxiliem na interpretação das observações de campo, para o conhecimento de suas relações mutuas. Conscientes disso, o grupo de Parasitologia do CSIC realizou uma série de estudos sobre ambas parasitoses e seus agentes causadores, como base para eleição dos meses mais adequados para aplicação de tratamentos anti-helmínticos.

 

A ampla experiência adquirida permitiu sinergias com grupos externos. Dessa forma, desde 1992 a pesquisadora do CSIC Yolanda Manga colabora com professores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) em pesquisas sobre épocas adequadas para a aplicação de tratamentos estratégicos contra o Dicrocoelium dendriticum e a Fasciola hepatica. Como resultado desta colaboração, Manga apresentou com colegas da UNAM um capítulo de livro, três artigos científicos e onze comunicações em congressos internacionais e nacionais.

 

No último trabalho, publicado recentemente na revista científica da República Tcheca Veterinárni Medicína, determinaram os meses mais apropriados para a aplicação dos tratamentos estratégicos contra Dicrocoelium dendriticum em ovelhas infectadas naturalmente e mantidas em pastagens em zonas de clima continental. De acordo com o modelo epidemiológico da dicrocelíase, previamente estabelecido pela equipe de Parasitologia de León, o final do outono e o inverno são as épocas em que ocorrem as maiores eliminações de ovos. Os resultados obtidos na pesquisa demonstram que o mais adequado é administrar um tratamento no final de outubro ou começo de novembro para eliminar os parasitas adultos (uma vez que o anti-helmíntico não mata parasitas jovens), e assim interromper a eliminação de ovos pelas ovelhas, que nessa época costuma aumentar. O tratamento deve ser repetido em janeiro, para que sejam eliminados os parasitas que em novembro eram jovens, e que nessa época já serão adultos.

 

Um complexo ciclo biológico

 

O ciclo vital do Dicrocoelium dendriticum é extraordinariamente complexo. Os vermes adultos, que vivem nos mamíferos (hospedeiros definitivos), põem ovos embrionados nos condutos biliares dos animais, que posteriormente passam ao intestino e finalmente são eliminados com as fezes. Quando estes ovos são ingeridos por moluscos, eclodem e deixam livre no intestino dos últimos o parasita, que aí se multiplica assexuadamente formando as cercárias. Estas cercárias, quando maduras, se dirigem à cavidade respiratória do molusco, onde são cobertas por muco e eliminadas no exterior. Uma vez que o muco é ingerido pelas formigas, as cercárias se transformam em metacercárias. Uma delas, chamada larva cerebral, se instala na glândula subesofágica da formiga enquanto o resto das metacercárias ficam no abdômen. Com a queda da temperatura exterior, a larva altera seu comportamento, paralisando os músculos mandibulares da formiga e fixando-a nas plantas, o que facilita sua ingestão pelos ruminantes. No gado, as metacercárias deixam o cisto no estômago do animal e migram até o fígado, onde se transformam em vermes adultos que aí se reproduzem, completando o ciclo.