Salud España , Salamanca, Viernes, 28 de marzo de 2014 a las 17:03

O Banco Nacional de DNA, uma década apoiando a pesquisa

O biobanco de Salamanca completa 10 anos com os olhos voltados para o futuro, graças à mudança iminente para uma nova sede e à esperança de dar andamento a um grande projeto que inclui DNA animal e vegetal

José Pichel Andrés/DICYT O Banco Nacional de DNA nasceu em Salamanca em março de 2004 graças a um convênio firmado entre a Fundação Genoma Espanha, a Universidade de Salamanca e o Conselho de Saúde da Junta de Castela e Leão. Dez anos depois já processou mais de 100.000 amostras de 37.000 doadores voluntários com as quais se desenvolveram grandes projetos de pesquisa biomédica. Este aniversário coincide con a iminente mudança a uma nova sede que ampliará as possibilidades desta infraestructura científica, convertida em referência entre os biobancos nacionais e internacionais.

O objetivo desta plataforma, que tem sua sede provisória no Centro de Pesquisa do Câncer de Salamanca e pertence ao Instituto de Saúde Carlos III e à Plataforma de Apoio à Pesquisa NUCLEUS da Universidade de Salamanca, é proporcionar amostras de doadores voluntários, pacientes e de pessoas sãs, e informação associada para que os pesquisadores possam avançar na luta contra diversas enfermidades. A informação que contém os genes proporciona dados essenciais para o diagnóstico e tratamento da maior parte das patologias e nestas instalações estão conservadas as amostras e os dados de mais de 30 enfermidades diferentes, desde câncer até alzhéimer ou diabetes.

Andrés García Montero, diretor técnico do Banco Nacional de DNA, explica à DiCYT que as amostras armazenadas em Salamanca participaram do grande trabalho de pesquisa internacional, o Projeto 1.000 Genomas, que se encarregou da sequenciação completa do genoma de milhares de pessoas em todo o mundo para analizar a variabilidade genética humana e, dessa forma, entender melhor como os genes influem nas diferentes enfermidades. Pela participação nesta iniciativa, o Banco já foi citado em artigos da ‘Nature’ e da ‘Science’, as revistas científicas mais importantes do mundo.

Salamanca também já foi a referência em um grande projeto de investigação internacional para o estudo da enfermidade de Crohn. No entanto, foi através da colaboração de associações de pacientes que se conseguiram as maiores quantidades de amostras, por exemplo, para o estudo de enfermidades autoinflamatórias e de origem autoimune dentro de um projeto dirigido pelo Hospital de Vall d'Hebron de Barcelona (12.000 de pacientes e 3.000 de pessoas sãs que servem de controle) ou para o estudo da fibromialgia (outras 3.000).

No total, o biobanco distribuiu mais de 83.000 alíquotas de amostras de DNA, ARN, plasma ou células para o desenvolvimento de 145 projetos de pesquisa, no que se traduziu em 120 artigos científicos.

Todo este trabalho é executado com um quadro de somente 10 pessoas, ainda que o Banco de DNA tenha 44 convênios assinados com instituições e já tenha formado 340 professionais no âmbito dos biobancos através de cursos e de um master oficial.

Mudança a uma nova sede

O futuro imediato passa pela mudança ao novo Edifício Multiusos de I+D+i da Universidade de Salamanca, onde irão dispor do dobro do espaço e de melhores condições daquelas oferecidas pelos porões sem luz natural do Centro do Câncer. “O armazenamento será de maior qualidade, já não temos mais capacidade para armazenar amostras em nitrogênio líquido e agora poderemos adquirir mais congeladores e ter espaço para mais pessoal em formação”, assinala Andrés García Montero.

Dentro dos projetos previstos para comemorar o VIII Centenário da Universidade de Salamanca, o Banco Nacional de DNA iria se transformar no Centro de Caracterização de Recursos Biológicos, para incluir amostras vegetais e animais. No entanto, a crise econômica paralizou esta iniciativa que pretendia transformar Salamanca referência nacional para todo tipo de pesquisa genética. Contudo, este projeto “não foi abandonado”, assegura o diretor técnico do biobanco.


O futuro do Centro de Caracterização de Recursos Biológicos

De fato, a mudança à nova sede vai possibilitar a criação de um banco de DNA vegetal e o fato de que outras unidades de apoio à pesquisa, como o Serviço de Citometria, também sejam incorporadas à nova sede intensificará a colaboração entre os cientistas da área de pesquisa genética para tornar realidade, “a médio prazo”, o grande Centro de Caracterização de Recursos Biológicos, em cujo projeto inicial contava com seu próprio edifício.

Até que estas iniciativas retornem, os membros do biobanco concentram seus esforços em oferecer um melhor serviço aos pesquisadores, de forma que, ainda que a coleta de amostras de DNA não seja tão intensa como nos anos anteriores, a informação associada às amostras tem melhor qualidade e maior valor.

Agradecimento

Os trabalhadores do Banco Nacional de DNA querem aproveitar o aniversário para agradecer a colaboração das pessoas que cederam suas amostras de maneira desinteressada, do pessoal da saúde que colaborou nestes anos e dos grupos de pesquisa que compartilharam com o biobanco os resultados alcançados em suas pesquisas.