Alimentación Brasil Campinas, São Paulo, Miércoles, 26 de junio de 2013 a las 13:12

Pequenas estações meteorológicas ajudam agricultores no Rio de Janeiro

Unidades são capazes de medir dados relativos às quantidades de chuvas, umidade relativa do ar, temperatura e o período de molhamento das folhas

Ricardo Manini/ComCiência/Labjor/DICYT - De acordo com pesquisa realizada pelo Ceasa/RJ, em 2009, o tomate é a segunda hortaliça mais comercializada no Rio de Janeiro. Fruto do tomateiro, ele é ultrapassado apenas pela batata em termos comerciais dentro do território fluminense. Em razão dessa importância para a economia local, a Olearys, empresa dedicada a tecnologia para monitorar clima, em parceria com a Pesagro-Rio e a Emater-Rio, vem implantando uma série de pequenas estações meteorológicas em plantações de tomate do estado.

 

O projeto, que conta com recursos da Faperj, pretende ajudar pequenos agricultores que, em virtude de não conseguirem prever o clima, têm suas plantações afetadas por doenças agrícolas. Entre elas, está a conhecida como “requeima” do tomate, que pode causar perda total da produção.

 

“No Brasil, não existem variedades de tomateiros que resistem ao fungo que causa a requeima, o Phytophtora infestans”, disse José Elia Galvão, engenheiro agrônomo e presidente da Pesagro-Rio, ao boletim da Faperj. “Por isso, os pequenos agricultores fazem uso excessivo de agrotóxicos, mas isso não resolve a situação e eles continuam a sofrer perdas”, conta.

 

Três pequenas estações meteorológicas foram instaladas na região de Nova Friburgo, no centro-norte fluminense, e existe demanda para mais vinte estações até o fim de 2013, apenas no estado do Rio de Janeiro. As unidades são capazes de medir dados relativos às quantidades de chuvas, umidade relativa do ar, temperatura e o período de molhamento das folhas. As medições são realizadas a cada quinze minutos e os resultados ficam disponíveis na página virtual da empresa. Cada estação pode cobrir dados dentro de um raio de até 5 km, embora, em áreas montanhosas, a área de cobertura seja menor.

 

Para Galvão, uma das maiores vantagens do uso da tecnologia é evitar que agricultores familiares façam uso de agrotóxicos sem ter adequada assistência técnica para isso. Segundo o engenheiro agrônomo, com base em pesquisas realizadas pela própria equipe do projeto, o número de agricultores nessa situação é alarmante. Em algumas regiões do estado, 98% dos agricultores usam agrotóxicos, mas apenas 12% têm assistência técnica.

 

As estações colocadas em uso conseguem unir o conhecimento tradicional às novas tecnologias. O que agricultores e pesquisadores já sabiam a respeito das mudanças meteorológicas não foi desprezado. Como resultado, espera-se diminuição do uso de agrotóxicos, diminuição dos gastos com esses produtos, redução dos impactos ambientais e produção de alimentos mais saudáveis.

 

Os equipamentos foram instalados no fim de 2012 e os resultados já começaram a aparecer. Segundo os técnicos do programa, já foi verificada uma redução de 40% no uso de agrotóxicos, com manutenção da produtividade agrícola. Mas as conseqüências mais importantes estão relacionadas à área da saúde e do meio ambiente. A redução do uso de agrotóxicos levou à menor contaminação dos tomates, das áreas vizinhas à plantação e também dos próprios trabalhadores rurais.

 

A intenção agora é fazer com que as estações possam ser adaptadas para outras culturas. Para isso, tanto a experiência adquirida quanto inovações no sistema de informação serão essenciais.