Pesquisa-se a mobilização de pacientes para prevenir transtornos músculoesqueléticos

Cristina G. Pedraz/DICYT A realização de mobilizações de pacientes representa uma alta incidência de lesões musculares nos trabalhadores sócio-sanitários, ao que se denomina no meio médico de transtornos músculoesqueléticos. Para ilustrar esta problemática, de acordo com dados de 2006, a França gastou 710 milhões de euros em custos derivados dos transtornos músculoesqueléticos sofridos pelos empregados sanitários do país, uma cifra elevada que revela não somente as complicações de saúde produzidas nos trabalhadores afetados, mas também os importantes gastos sanitários que geram para um país.

Conscientes desta realidade, dois membros do Centro de Investigação em Biomecânica e Ergonomia (Ciber) da Universidade de Valladolid, localizado no edifício de P&D do Campus Miguel Delibes, dedicaram seu projeto de conclusão de curso de Engenharia Técnica Industrial à análise da melhora da mobilização de pacientes para prevenir o surgimento de transtornos músculoesqueléticos.

De acordo com Javier Sinovas Alonso e Marta Hernández Vaquero, o projeto constituiu a “criação de um sistema de medida capaz de estudar as mobilizações do pessoal sócio-sanitário para analisar quais movimentos realizam e suas repercussões na saúde e nas lesões que desenvolvem, que apresentam uma alta incidência”.

Trata-se de um aplicativo que reúne a maneira através da qual está sendo realizada a mobilização em um banco de testes e avalia quando é feita de modo correto ou incorreto. “No aplicativo há um semáforo de cores que muda do verde para alaranjado e vermelho, o que indica que o mobilizador está realizando mal o movimento e está sofrendo transtornos músculoesqueléticos que podem provocar lesões”, detalham.

Importância da formação

Os pesquisadores destacam a importância da formação neste sentido, não somente orientada aos trabalhadores sócio-sanitários. “É necessário dar especial atenção às pessoas que não tem formação no âmbito sócio-sanitário, como aquelas que cuidam de familiares com algum tipo de dependência, para tentar ajudá-las um pouco e oferecer algumas guias que indiquem como mobilizar corretamente estas pessoas”, enfatizam.

Além da formação teórica, é necessário, segundo eles, oferecer formação personalizada e prática através de um banco de testes “para melhorar as técnicas de mobilização e dar, assim, uma melhor formação aos trabalhadores e futuros trabalhadores, evitando a alta incidência de transtornos músculoesqueléticos, melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores sanitários e reduzir os custos, tanto institucionais, quanto econômicos, das empresas por este motivo”.

Através do sistema desenvolvido pelos membros do Ciber da Universidade de Valladolid “é possível realizar uma análise da problemática no banco de testes para melhorar as técnicas de mobilização e oferecer melhor formação aos trabalhadores”.

Os jovens pesquisadores obtiveram o segundo prêmio do concurso “Valorize sua Pesquisa”, organizado pelo Parque Científico Universidade de Valladolid através do projeto de Transferência do Conhecimento Universidade Empresa (T-CUE) da Junta de Castela e Leão.