Salud España , Salamanca, Jueves, 14 de abril de 2011 a las 15:19

Manifestações de dirofilariose no sistema renal dos cachorros são detectadas pela primeira vez

Até agora somente conheciam-se sintomas no sistema cardiovascular e pulmonar, mas pesquisadores de Salamanca descobriram manifestações nos rins caninos

José Pichel Andrés/DICYT Pesquisadores da Universidade de Salamanca descobriram que o parasita Dirofilaria immitis, uma larva da família das filárias, não afeta apenas o sistema cardiovascular e pulmonar de animais como o cachorro e o gato, mas também o sistema renal e, ademais, quando encontrado nesta fase indica que a doença, conhecida como dirofilariose, está já em estado avançado, diante do que os tratamentos devem ser distintos.

 

“Trabalhamos com um parasita chamado Dirofilaria immitis, um nematódeo encontrado no sistema circulatório dos cachorros e gatos que causa uma doença vascular e pulmonar que em suas últimas fases afeta o coração, causando parada cardíaca”, afirma Rodrigo Morchón García, pesquisador do Departamento de Parasitologia que apresentou hoje a pesquisa no Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Salamanca (Irnasa), centro do CSIC, sendo a primeira vez em que a expõe de forma pública antes de apresentá-la em congressos internacionais, ainda que já tenha sido aceita em revistas cientificas.

 

É a primeira vez que se descreve o parasita no rim em forma de microfilária e isso foi possível graças a uma equipe de pesquisa dos Estados Unidos, com a qual colaboram cientistas de Salamanca e que descreveu a patologia neste órgão, enquanto “nós descobrimos que existe uma molécula do parasita que intervém diretamente na patologia renal”, comentou Morchón.

 

Nova via de diagnóstico

 

Até agora somente tinham sido realizados estudos no sistema cardiovascular e pulmonar, porque o cachorro apresenta sintomatologia nestes órgãos e, de fato, “é muito difícil existirem sintomas renais, mas descobrimos que a urina é um método mais adequado à realização do diagnostico veterinário”.

 

Esta doença é diagnosticada por um exame sorológico, além de um exame para ver microfilárias no sangue. A partir desta descoberta “se existem proteínas do parasita na urina, detectamos antes o grau agudo da doença” e a terapia deve ser mais agressiva. Há uma década, 30% dos cachorros sobreviviam com os tratamentos convencionais. No entanto, “atualmente existe um tratamento que mata as filarias e outro antibiótico para matar uma bactéria que produz uma reação anafilática, que mata o hospedeiro”. Assim, 80% dos animais sobrevivem, mas esta descoberta no sistema renal requer novos estudos.

 

Grande incidência da doença na região de Matacán

 

Na região de Matacán, em Salamanca, e arredores, 30% dos cachorros apresentam microfilárias no sangue e outros 30% com sintomas da doença, mas sem microfilárias no sangue. O que faz com que a dirofilariose seja endêmica neste lugar? “A doença é transmitida pela picada de um mosquito e estes insetos sempre se criam em regiões de temperatura e umidade altas, de maneira que a presença do rio Tormes e de uma zona de irrigação faz com que a combinação entre o mosquito, o cachorro e o parasita feche o ciclo e converta a zona em endêmica”, explica o pesquisador.