Salud España , Salamanca, Viernes, 20 de enero de 2012 a las 16:11

Pesquisa analisa a relação entre deficiência mental e problemas de saúde

Cientistas da Universidade de Salamanca estudam se a dependência e o sedentarismo são fatores de risco

José Pichel Andrés/DICYT Pesquisadores da Universidade de Salamanca comprovaram que existe uma relação entre a deficiência mental e diversos problemas físicos e de saúde, como menor massa óssea ou maior predisposição a sofrer síndrome metabólica, isso é, a conjunção de fatores de risco que aumentam a probabilidade de sofrer diabete ou doenças cardiovasculares. Depois de fomentar a atividade física com um grupo de pessoas com deficiência mental durante dois anos para diminuir sua dependência e sedentarismo, agora o objetivo é medir se são fatores que aumentam o risco de sofrer obesidade e osteoporose ou se, do contrário, estes problemas estão associados à própria deficiência mental.

 

“Queremos comprovar se existem possibilidades de atalhar problemas como a síndrome metabólica, caracterizada pela tendência a desenvolver diabete, a obesidade e transtornos de hipertensão que geram patologias cardiovasculares”, explica a DiCYT José Ignacio Calvo Arenillas, professor da Escola de Enfermagem e Fisioterapia da Universidade de Salamanca.

 

O objetivo da primeira parte da pesquisa, já concluída, era estudar a relação entre a deficiência mental, a independência funcional e a massa óssea. “Nos demos conta de que estas pessoas apresentam uma massa óssea inferior e não sabíamos se era algo inerente a eles ou se era devido a que se movimentam menos e tem uma independência funcional menor”, comenta Calvo Arenillas. A pesquisa comparou 77 pessoas sem deficiência mental e 156 que a possuíam, e as diferenças fizeram-se evidentes. “Percebemos que eram mais gordas, tinham menos atividade e menos independência funcional”, afirma.

 

Um dos dados mais chamativos é que “existe uma relação muito direta entre o grau de deficiência mental e a densidade mineral óssea, e as vezes isto independe da atividade física que façam. Talvez esteja relacionado com uma menor produção nestas pessoas de fatores de crescimento, não se trata apenas de que sua forma de pensar seja diferente, mas de que isto se relaciona com problemas de ordem molecular e bioquímica”, afirma o pesquisador.

 

Ainda que também exista uma influência social e cultura que pode fazer com que sejam mais sedentárias e obesas, os problemas de saúde das pessoas com deficiência não se explicam somente por estes fatores. De fato, em outro tipo de estudos comprovou-se outras relações curiosas no mesmo sentido. Por exemplo, “se aumentamos a atividade física, melhora a memória. Ainda que pareça que são aspectos que não se relacionam, estamos gerando fatores de crescimento (um tipo de substâncias), que ao entrar na corrente sangüínea também poderiam estimular as conexões neuronais”, indica.

 

Nos últimos anos apostou-se por pesquisar os deficientes mentais, ao demonstrar-se que essa “diversidade funcional”, como se denomina atualmente, não influía em sua capacidade de trabalhar em troca de um salário, como fazem outras pessoas. Assim, a nova definição de deficiente mental mudou a concepção que se tinha sobre estas pessoas, que foram incorporadas ao mercado, de modo que experimentaram um aumento da qualidade de vida, o que propiciou que tenham os mesmos problemas de saúde do resto da população.

 

No primeiro estudo sobre estas questões, realizado em Asprosub (Zamora) em colaboração com centros de Salamanca como Asprobes, os cientistas instruíram o pessoal responsável para que as pessoas com deficiência mental realizassem mais atividade física, reforçando-se sua independência funcional ou sua alimentação. Agora, “queremos ver se estas mudanças acarretam algum tipo de incidência sobre a obesidade, a massa óssea e a independência funcional”, afirma o especialista, que nesta nova fase da pesquisa contará com María del Carmen Sánchez, Ana María Martín, Fausto José Barbero e José Luis Sánchez.